“A Glória dos Campeões (Blades of Glory)” de Josh Gordon e Will Speck
Tenho cada vez mais a convicção que a percepção que se tem da qualidade de um filme de comédia depende em grande parte da disposição com que se entra na sala de cinema.
Se formos contrariados, nem a piada mais inteligente, nem a mais brejeira, fará com que esbocemos o mais pequeno sorriso. Por outro lado, se entrarmos com vontade de nos divertirmos, até o mais ridículo pormenor pode ser motivo para uma boa gargalhada.
Felizmente fui ver este Blades of Glory no auge na minha boa disposição e apesar da sala quase vazia não faltaram as gargalhadas.
Mas recuemos um pouco.
Tirando o mais sério, Stranger Than Fiction, o último filme de Will Ferrell que tinha visto era o sofrível As Corridas Corridas de Ricky Bobby. Tal como Blades of Glory, também este tinha sido um grande sucesso nos EUA mas, em poucas palavras, pode-se dizer que era mesmo muito mau! Ou seja não tinha grandes motivos para estar optimista, porém estava bem-disposto e isso é o que interessava.
A história do filme, se é que se pode chamar história ao argumento, acompanha o declínio e o ressurgimento de dois brilhantes e antagónicos patinadores artísticos do gelo, Chazz Michael Michaels (Ferrell) e Jimmy MacElroy (Jon Heder). Alguns anos depois de terem sido banidos da modalidade por brigarem em pleno pódio, vão ter uma última oportunidade de reconquistarem a medalha de ouro mas na categoria de pares, tornando-se no primeiro par do mesmo sexo da História do desporto.
À parte deste enredo “secundário” o filme vale pelo choque entre as personagens interpretadas por Will Ferrell e Jon Heder (School for Scoundrels). O primeiro num estilo macho irreverente, improvisionador e o segundo bem mais afeminado, seguindo uma doutrina mais clássica e precisa.
Se estivem com espírito aproveitem para vê-lo mas se não forem muito apreciadores de comédias nonsense ou se o dia correu mal, então é melhor escolherem outro filme!
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