“Ao Anoitecer/Evening” de Lajos Koltai

Apesar de apenas contribuir para o argumento, já que a obra pertence a Susan Minot, nota-se bastante a presença de Michael Cunningham ao longo de todo o filme. O autor de As Horas/The Hours (romance adaptado ao cinema por Stephen Daldry e que valeu a Nicole Kidman o seu 1º Oscar, para além de 8 outras nomeações) parece ter um dom especial para retratar as mulheres, especialmente em situações de crise.

Porém, e aí reside a beleza da sua escrita, Cunningham mantém sempre um tom agridoce e uma harmonia invejável, conduzindo as suas personagens para o seu, quase que incontornável, destino.

Desta vez o conjunto de actrizes é um pouco mais alargado. Temos Claire Daines (Stardust) e a veterana Vanessa Redgrave a representar de forma jovial e cativante a jovem e a idosa Ann Lord, respectivamente. Toni Collette e Natasha Richardson como suas filhas e ainda, Meryl Streep e Glenn Close, ainda que ambas em papéis meramente de composição. Não basta-se temos ainda o sexo masculino bem representado pelo irreverente Hugh Dancy e o cada vez mais requisitado Patrick Wilson.

Em poucas palavras, posso explicar-vos que o filme acompanha os momentos finais da vida de Ann Lord (Redgrave). No seu leito final, acompanhada pelas 2 filhas (Collette e Richardson) Ann irá ter alguns momentos de lucidez que aproveita para lhes desvendar alguns dos segredos que guardou durante toda a vida, em especial o triângulo amoroso vivido juntamente com Buddy (Dancy) e Harris (Wilson) e o trágico desfecho que marcou os seus sentimentos para sempre.

Não seria mentira nenhuma afirmar que se trata de um filme de actores, conduzidos de forma segura mas liberal pelo realizador húngaro, Lajos Koltai. No entanto a obra pretende ser um pouco mais do que isso. Pretende ser um retrato sobre a vida, sobre as decisões que tomamos, sobre as suas consequências e sobre a relatividade de tudo o que fazemos.

Para mim a principal mensagem do filme é que independentemente das opções que fazemos na nossa vida, aquilo que realmente interessa é o que vivemos e não aquilo que poderíamos ter vivido…

E vocês o que têm a dizer?

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