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“Elizabeth” de Shekhar Kapur


Para já vou-vos falar de Elizabeth, filme de 1998 cuja sequela faz esta semana o destaque deste blog.

Nunca é fácil apreciar um filme que vemos pela 1ª vez quase dez anos depois deste ter estreado. A evolução do cinema, das suas técnicas, códigos e linguagens, dos actores, do estilo, do ritmo ou dos pequenos detalhes introduzidos pelos realizadores, faz-nos sentir normalmente deslocados. Quase como se estivéssemos a ver um documento histórico mas não, necessariamente, um filme de cinema.

Feito o preâmbulo passemos para o comentário propriamente dito.

Dois aspectos fundamentais de marcam a minha opinião:
1º Facilmente perceptível o porquê dos inúmeros elogios recebidos por Cate Blanchett (e a nomeação aos Oscars) pelo seu desempenho no filme.
2º Facilmente perceptível o porquê de não ter ido ver o filme ao cinema na altura que estrou.

Passo a explicar.
A actriz australiana, na altura quase uma desconhecida do grande público, entra de rompante pelo filme a dentro, arrastando consigo tudo e todos. Desconheço se Elizabeth foi realmente a mulher que Blanchett encarna mas se a Rainha teve metade da força, fulgor e coragem demonstrada pela actriz, chegará para ter sido uma Grande Mulher. Obviamente que todo o trabalho de Guarda-Roupa, Cenários e Caracterização (pelo qual venceu um Oscar) em muito ajudam o trabalho da actriz mas há algo mais, algo apenas aos alcance dos melhores.

Já o filme, no seu conjunto, acaba por ser uma obra um pouco sem chama, sem ritmo, sem brilhantismo. Infelizmente o enredo centra-se sobretudo na intriga palaciana em torno da rainha, arriscando poucas vezes em sair das “4 paredes do castelo”. A história debruça-se sobre os primeiros anos do reinado da denominada Rainha Virgem, acompanhando a sua subida ao trono e a dificuldade que teve em controlar os seus opositores internos, aos mesmo tempo que lidava com as pretenções de metade da realeza europeia que tentavam, por via do casamento, realizar uma aliança estratégica.

Para além da protagonista que dá nome ao filme, interessa também destacar a presença de Geoffrey Rush, no papel de seu conselheiro e “guarda-costa” pessoal, de Joseph Fiennes, como o seu primeiro e único amor e Christopher Eccleston como seu principal crítico e opositor.

No final fica a sensação que o realizador Shekhar Kapur arriscou pouco, limitando-se a jogar pelo seguro, utilizando apenas as “cartas” que lhe davam total garantia.

Se calhar deixou isso para o 2º Capítulo?!

Já me esquecia, é o mesmo o Eric Cantona que aparece a fazer de embaixador francês!
E não é que o rapaz até leva algum jeito nas artes de representar…

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