“Atirar a Matar/Shoot ‘Em Up” de Michael Davis

Apesar de alguma pompa e circunstância criada em seu redor, estando inclusive já planeada a respectiva sequela, o filme não alcançou, na sua estreia nos EUA, os resultados expectáveis.
Não que isso sirva de referência exclusiva à qualidade de um filme (antes pelo contrário?) mas é um primeiro sinal de que algo não estará “normal”.

Neste caso as justificações não serão muito difíceis de encontrar. O facto do filme ser para M/16 não ajuda muito e a verdade é que o filme não é mesmo “acessível” a muitos públicos.

Apesar da presença de alguns nomes importantes do cinema actual: Clive Owen, Paul Giamatti e Monica Bellucci, o género em que o filme se enquadra (qualquer coisa como acção, sexo e violência “quase” explícitos), não é propriamente muito abrangente.
Com isto não quero dizer que o filme seja mau. Dentro do seu estilo muito próprio até acaba por ser bonzinho, o género é que não será lá muito apelativo.

Mr Smith , um homem aparentemente sem passado, salva um recém-nascido durante um tiroteio. Sentindo-se na obrigação de proteger o rebento acaba por recorrer aos “serviços” de uma prostituta peculiar . Os dois acabam por formar uma parceria invulgar que terá de fugir aos intentos de Hertz , um certeiro mercenário cuja tarefa passa precisamente por silenciar tanto o bébé como o improvável casal. Porém, Smith tem um dom especial para as armas e aquilo que à partida seria uma tarefa fácil acabará por ser uma luta sem tréguas.

O filme não se preocupa muito em adensar o enredo (se é que se pode falar de enredo!). A primeira preocupação é um encadeamento quase ininterrupto de cenas de acção, tiroteios e pancadaria bem coreografadas, intervaladas apenas por alguns momentos mais tórridos ou humorísticos.

Em última análise, o filme serve a cima de tudo para reforçar a imagem de macho de Clive Owen que parece cada vez mais avontade no papel do herói inabalável e inconsolável.

Podia ser bem melhor mas em 1h25 de filme não sobra muito tempo para grandes preâmbulos nem explicações. Resta-nos a “cowboyada” num cenário urbano e cinzentão.
Nada mau!

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