“Eu Sou Lenda/I Am Legend” de Francis Lawrence
Devo confessar que não estava preparado para o que vi.
Já sabia de antemão que as “criaturas” seriam horripilantes e que o suspence das cenas nocturnas iria ser asfixiante mas não estava à espera do terror psicológico, do drama intenso e da crueldade da história criada por Akiva Goldsman (vencedor de um Oscar pelo Argumento de Uma Mente Brilhante/A Beautiful Mind).
Noutro dia se calhar estaria imune aos malefícios da história, nesta tarde senti-me impressionado, angustiado, derrotado. Adjectivos um pouco pesados quando se fala simplesmente de um filme, mas foi assim que me senti ao fim de 1h30 de filme
Ao sair da sala 3 filmes me vieram à memória. Sinais/Signs de Shyamalan (pela presença de algo superior), a trilogia Matrix (pela luta em encontrar uma solução impossível) e I Robot (pelas cenas de “pancadaria” protagonizadas por Will Smith).
Agora entendo que me faltou Constantine, a obra anterior do realizador Francis Lawrence e que melhor me poderia ter preparado para o aspecto gore do filme
Voltando a Will Smith, o filme é todo dele!
Em 99% da sua duração assumimos a sua visão dos acontecimentos, os seus 5 sentidos, a sua dor! Não estamos meramente a ver o que lhe acontece, estamos a ver e a sentir o que ele vê e o que ele sente (falo por mim, pelo menos)!
O outrora Príncipe de Bel Air, volta a demonstrar que tem realmente talento para a representação e que não é apenas mais um cantor/rapper que decidiu ser actor. Tanto nos momentos mais comedidos como nos momentos de maior acção pouco lhe poderemos apontar. As suas 2 nomeações aos Oscars (por Ali e Em Busca da Felicidade) não são acidentes de percurso mas sim a antecâmara para o reconhecimento que de certo um dia terá!
No filme Will Smith representa o Dr. Robert Neville, um cientista no exército dos EUA e “único” sobrevivente na Terra, dada a sua imunidade ao vírus responsável pela morte de grande parte da população e pela transformação dos restantes em zombies. 3 anos depois do incidente que provocou essa calamidade, Robert ainda procura a cura para esse vírus, apenas com a companhia da sua cadela pastor-alemão chamada Samantha. Num mundo hostil em que a solidão e os “noctívagos” são as duas únicas ameaças à sua sobrevivência, o cientista poderá ser a única salvação da “humanidade”.
Antes de terminar uma última nota para a transformação da ilha de Manhattan num cenário pós-apocalipto, sem dúvida um dos elementos mais fortes da criação deste Mundo de solidão em que vive o “nosso” herói.
Assustador, arrepiante, comovente…