“Uma História de Encantar/Enchanted” de Kevin Lima
“If you can’t beat them, join them“
Terá sido esta a máxima utilizada pela Disney ao fazer este filme.
Depois do estrondoso sucesso que a Dreamworks tem obtido com a sua animação, em especial com as aventuras do ogre verde que poem a nu grande parte dos contos de fadas da Disney, a casa do rato Mickey optou, também ela, por arriscar um pouco na sátira, ainda que subtil, aos seus grandes sucessos.
A história da princessa e do príncipe encantado mantem-se praticamente inalterada porém, não deixam de faltar inúmeros reparos e adendas às fábulas de outros tempos como o Capuchinho Vermelho, a Branca de Neve e os Setes Anões, a Cinderela e até um piscar de olhos ao próprio Shrek (ou aquele ogre será uma mera coincidência?!)
Como dizia atrás, voltamos a ter a princesa e o príncipe herdeiro que se conhecem e decidem casar no mesmo instante?! Porém nem tudo são rosas. A temível bruxa-má e rainha-madrasta do jovem aventureiro tudo fará para impedir o casamento e, assim manter, o seu trono.
Vai daí nada melhor que enviar a nossa princesinha de animação (banda desenhada) para um mundo cruel e hostil…
…New York.
Claro que o príncipe ao saber disso rapidamente lança-se em busca da sua amada, não temendo nada nem ninguém. Agora, num Mundo completamente diferente do seu, os dois apaixonados tentarão perceber qual é exactamente o seu lugar na “história”.
Para aqueles menos familiarizados com o filme passo a explicar:
As personagens das fábulas (aqui incluindo a bruxa-má, o seu ajudante e um magnífico esquilo que “rouba” todas as cenas em que participa) são enviados para um mundo de pessoas de carne e osso em que a expressão “E Viveram Felizes para Sempre” parece tão somente uma miragem.
Mais do que recontar uma história universal, o objectivo do filme passa muito mais por contar uma história diferente, alegre e bem humorada, deixando no espectador uma sensação de alegria interior.
Os “contos de fadas” nunca deixarão de existir mas parece-me, cada vez mais óbvio, que o caminho mais rápido entre dois extremos não será necessariamente uma linha recta!
No final trata-se de um filme sobretudo para “elas” mas também para aqueles “eles” que não precisam de ser machos para serem homens.