“Se, jie/Lust, Caution” de Ang Lee
Depois do Leão de Prata, apresento-vos agora o Leão de Ouro do último Festival de Veneza, Lust Caution ou, no seu título original (em mandarim), Se, jie.
O filme marca o regresso às salas de cinema do conceituado realizador de Taiwan, Ang Lee, 2 anos após o seu maior sucesso de crítica e público, o destemido e controverso Brokeback Mountain.
Desta vez o realizador asiático volta às origens rodando um filme totalmente falado em mandarim e situada na China ocupada, em plena 2ª Guerra Mundial. Como não podia deixar de ser o elenco é todo ele asiático, despontando a presença de Tony Leung protagonista de Infernal Affairs (filme que despertou o interesse de Scorsese para The Departed) e In the Mood For Love – dois dos mais mediáticos e internacionais filmes asiáticos da última década – e da estreante Tang Wei, pelo que tenho lido com uma performance impressionante.
Estamos em plena 2ª Guerra Mundial e a jovem Wang Jiazhi (Wei) é incumbida de se aproximar de um Mr. Yee, um influente político chinês (Leng), atraindo-o para um jogo de sedução e espionagem que se pode tornar perigoso a qualquer momento. Para além da intensidade e suspense típicos do género, o filme é ainda marcado por algumas cenas mais tórridas que inclusive valeram-lhe, nos EUA, a classificação de M/17.
Apontado há vários meses como um dos principais candidatos ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, questões burocráticas, ligadas à nacionalidade chinesa da grande maioria da equipa de produção (enquanto que o filme era proposto por Taiwan) acabaram por ditar o seu afastamento dessa categoria, restando-lhe agora “apenas” a possibilidade de ser nomeado para as restantes categorias.
Tenho a sensação que pode muito bem vir a ser uma das maiores surpresas de dia 22, quando a Academia anunciar os seus nomeados. Para já fica a expectativa em relação ao filme, a qual, se possível, será desfeita já este mês.