“The Happening” de M. Night Shyamalan
M. Night Shyamalan já teve melhores dias. Depois de ter surpreendido este e o outro Mundo com The Sixth Sense e de ter encantado e assustado com The Signs, seguiram-se filmes menos cativantes e imaginativos como The Villlage e Lady in the Water.
Não deixaram de ter um toque especial e o inevitável twist bem elaborado, marcas sublimes do cinema de Shyamalan mas faltou-lhes, talvez, a dose certa de imaginação, inovação e coerência.
Não quero com isto dizer que não se tratem de obras acima da média mas não atingem aquele patamar que lhes permitirá serem recordadas nas próximas décadas.
Com The Happening o realizador indiano mas há muito radicado em Philadelphia (cidade omnipresente em todos os seus filmes) promete voltar à sua melhor forma. O thriller com alguns contornos paranormais não deixara de impressionar os mais sensíveis e a encantar, mais uma vez, todos os outros.
Pelos trailers podemos perceber (ou ser induzidos a pensar) que uma calamidade sem explicação começa a expandir-se nos EUA, levando muitas pessoas a suicidarem-se sem qualquer explicação aparente. No meio disto tudo um jovem professor (Mark Wahlberg) e a sua família procuram refúgio e explicações longe da loucura que se estar a tornar a cidade onde habitam. Claro que a falta de informação e o distanciamento face aos acontecimentos apenas vai aumentar as dúvidas, o receio e as possibilidades perante o que realmente está a ocorrer.
Claro está que isto é apenas o ponto de partida para mais uma história arrepiante e viciante cujo final nada (arrisco-me a dizer) terá muito pouco a haver com aquilo que antecipamos.
Não existem actualmente muitos realizadores com este dom em termos de escrita e realização. Ver um filme de Shyamalan é saber que seremos enganados, manipulados e surpreendidos do início ao fim, mas de uma maneira positiva, atraente, inesperada.
Talvez não chegue a ser um grande sucesso de bilheteiras mas não deixará de ser um dos filmes mais aguardados desta época de Verão.
Sexta-feira, 13 de Junho, parece-me uma data interessante para a sua estreia!
Uma boa merda.
Madita febre pós-colonialista que assolou o Ocidente permitindo que esses moralistas e fundamentalistas de pele parda e cheirando a incenso ganhassem nossas vidas.
O filme é uma aula de moralismo. Ora, porque as pessoas se matariam senão por uma vingança da natureza? Reificada como presença da divindade desde Sto. Agostinho e tida como lugar de puerilidade intocada e virgem do humano em Rosseau, é ela a mãe Gaia que vem reverter as imposições da ‘cultura’ e da lei do humano, esse degenerado do novo milênio.
Enfim, uma baboseira patética. A contraposição final do casal bonzinho, os heróis protagonistas do filme tendo um bebê, frente ao casal gay castigado pela natureza rebelde é no mínimo fascista.
Fascismo indiano. Enfim, gases, poluentes, agrotóxicos, silicones, provetas, gays e células tronco, e a fúria da natureza contra a subversão do simbólico universal constituído numa ancestralidade natural! Que medo! Lembra as coisas que li de Tylor à Freud, passando por Montaigne, Lévi-Strauss e Dalai Lama.
Odiei o filme.