“Os Reis da Rua (Street Kings)” de David Ayer
James Ellroy é actualmente um nome respeitado na 7ªarte. As suas obras literárias plenas de suspense, intriga e realismo têm conquistado as audiências e, também, Hollywood.
Tudo começou quando em 1997, Curtis Hanson surpreendeu muita gente com LA Confidential, adaptando a obra homónima de Ellroy e que lhe valeu inclusive o Oscar por Melhor Argumento Adaptado. Depois seguiu-se Brian de Palma com Black Dalia, este Street Kings e já no próximo ano teremos White Jazz (com George Clonney e Jason Bateman entre outros).
Porém, ao contrário das outras histórias, contextualizadas no mundo do mistério, corrupção e sedução dos loucos anos 50, o enredo de Street Kings é bem mais actual. A violência assume nesta obra um papel bem mais preponderante (em detrimento do mistérios e intriga) resultante num filme de acção mais acessível mas menos cativante.
Ainda assim, um elenco de inquestionável valor, onde figuram Keanu Reeves, Forester Whitaker, Hugh Laurie (aka Dr. House) e Chris Evans, dificilmente não compensará qualquer falha em termos de atractividade. Interessante igualmente, destacar a presença na cadeira de realizador de David Ayer, argumentista de obras como Training Day ou S.W.A.T. que se tinha estreado na realização com Harsh Times, um filme bastante modesto mas que na altura me despertou alguma atenção dado o desempenho de Christian Bale.
Reeves prossegue a sua errática carreira depois do imenso sucesso com a série The Matrix. O seu Tom Ludlow, um depressivo polícia de LA que não consegue ultrapassar a morte da sua mulher, é suficientemente louco e preciso para nos parecer real, ainda que lhe falte alguma substância para ser impressionante. Hugh Laurie, consegue despir a bata mas compreende-se facilmente que investigar polícias não lhe dá tanto prazer como instigar os seus colegas e pacientes. Resta-nos Whitaker, no papel de chefe e Messias de Ludlow, responsável pela equipa especial que neutraliza de forma impiedosa os mais perigosos criminosos de LA. O seu desempenho tem momentos de brilhantismo e isso, por si só, já justifica a nossa presença!
Ellroy parece adaptar-se aos tempos! A sua contribuindo para a criação de um cinema de acção mais introspectivo e inquietante, só pode ser reconhecida e devidamente louvada.
Contudo, as suas obras sobre o departamento da polícia de LA dos anos 50 têm outra grandeza, outro glamour, outra qualidade!