“Olho Vivo (Get Smart)” de Peter Segal
Já aqui afirmei anteriormente que não sou particularmente grande fã de Steve Carell. Indubitavelmente o talento está lá, mas nunca sabemos o que esperar dele, se Evan, se Dan.
Desta vez temos um pouco de ambos, e facilmente nota-se a diferença entre os momentos de comédia mais brejeira/escatológica e os momentos mais sérios em que Carell nos faz lembrar Don Adams, o actor que deu corpo e alma a Maxwell Smart na série de TV nos anos 60.
Após um inúmeras tentativas, finalmente a série de TV de enorme sucesso em todo o mundo e que encantou várias gerações, chega à 7ª arte, acompanhando uma tendência que se tem vindo a acentuar nos últimos anos.
Porém, mais do que se preocuparem em replicar a acção e o estilo da série (estreada no auge da Guerra Fria) os responsáveis pela sua adaptação ao cinema optaram por adaptá-la aos nossos dias mantendo, no entanto, a mesma estrutura que tanto sucesso garantiu no passado.
Para além de Carell como Agente 86/Maxwell Smart, o filme conta também com Anne Hathaway (The Devil Wears Prada) no papel da Agente 99 e parceira de Max, Alan Arkin como The Chief, Dwayne “The Rock ” Johnson como Agente 23 e Terence Stamp e Ken Davitian (Borat) como vilões de serviço.
Apesar do fim da Guerra Fria, KAOS e CONTROL continuam a sua intensa disputa pela paz/guerra mundial mesmo perante o seu descrédito junto dos serviços secretos norte-americanos que as consideram produtos de outros tempos.
Um ataque inesperado da maquiavélica KAOS irá expor a identidade de todos os agente de terreno da CONTROL, restando-lhes apenas recorrer a Maxwell Smart, um meticuloso analista com o eterno desejo de se tornar operacional, e da “jovem” Agente 99 (Hathaway) para combater esta nova ameaça nuclear.
Lutando para ultrapassar a sua inexperiência e a desconfiança dos seus pares, o Agente 86/Smart irá colocar em prática todos os seus dotes e conhecimentos, ainda que da sua forma bem peculiar.
Os amantes ou simples seguidores da série exibida na nossa TV aos sábados/domingos de manhã facilmente se irão identificar com as personagens e com as situações. Será fácil sentirmos saudades daqueles bons velhos tempos … pelas boas e pelas más razões!
A sátira aos agentes secretos (tipo James Bond) tem em Maxwell Smart um magnífico exemplo, tanto na série como agora no filme!
Infelizmente actualmente a noção de sátira e comédia para muitos norte-americanos implica invariavelmente piadas fáceis e de gosto duvidoso, obrigando as personagens a momentos completamente desnecessários. Fora isso é um encanto retornar a ouvir aquela musiquinha do genérico!
Se já conhece desfrute…
… se não teve a oportunidade, atreva-se!
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