“Born on the Fourth of July” de Oliver Stone
Continuando o périplo pelas obras premiadas de Oliver Stone, ficamos agora com Born on the Fourth of July, filme que lhe valeu o 2º Oscar como realizador e o 1º grande dissabor a Tom Cruise nos prémios da Academia!
Depois de Platoon ter demonstrado a crueldade da guerra e o seu efeito naqueles que não deviam lá estar, Stone pegou na história verídica de Ron Kovic (um memorável Tom Cruise) para expor/criticar as mazelas que uma guerra pode deixar na sociedade.
Se na obra anterior Oliver Stone mostrava-nos como é o Inferno, 3 anos depois arriscou ainda mais ao demonstrar como é possível regressar de lá!
Criado de acordo com os princípios fundamentais da religião, o jovem, eneregético e convicto Ron Kovic, sente a necessidade de defender o seu país, mesmo que isso signifique “lutar uma guerra a 20.000kms de distância” tal como o coloca o seu próprio pai.
Fazendo jus à tradução familiar Kovic alista-se nos Marines de forma a ser colocado de imediato na frente da guerra que àquela altura implodia no Vietnam.
Convencido da superioridade bélica das suas tropas, o desleixo, a falta de preparação e infortúnio tornarão, Kovic num dos muitos feridos dessa guerra (física e mentalmente).
Ainda convicto das suas ideologias, Kovic irá sentir na própria pele a indiferença do seu país por todos os que regressaram feridos da guerra. Tratado em condições sub-humanas apenas a sua perseverança irão-lhe permitir o regresso a casa.
Com o estalar da contestação em larga escala a uma guerra mal justificada, Kovic vê-se envolto num intenso dilema, acabando por procurar refugiu bem longe da sua terra natal.
É já com o avançar da década de 70 que regressa a casa e mais propriamente à cena política, tornando-se num dos principais…
Símbolo máximo da contestação anti-guerra, o filme expõe em larga escala os desfeitos nevastos de um Estado demasiado presunçoso e idealista que disponibiliza todos os meios necessários para combater uma guerra mas que se “esquece” de acautelar os seus efeitos, quer nos seus intervenientes quer nos seus críticos.
Apesar da sua história mais vibrante e chocante o filme, como tal, acaba por não ser uma obra tão marcante como o seu antecessor. Quase 20 anos depois e mesmo perante os mesmos erros (basta ver os múltiplos filmes que continuam a criticar a estratégia bélica dos EUA), o filme acaba por perder um pouco do seu impacto.
A História? Essa nunca ninguém a apagará!
IMBD
Trailer