“Max Payne” de John Moore
Num dos passatempos em que participei, era questionado qual a melhor adaptação de um videojogo à 7ª arte. Na altura tive que responder Hitman (ainda que com uma nota especial em relação a Tomb Raider), agora terei que alterar essa escolha para Max Payne – ainda que por uma unha negra!
Curiosamente tratam-se de dois jogos e, consequentemente, de dois filmes com muitas semelhanças. A motivação dos protagonista pode ser bem diferente mas o seu “trabalho” é o mesmo – matar os maus da fita e salvar a sua pele!
O ponto de partida de Max Payne é bem mais cruel!
3 anos depois do assassinato da sua jovem mulher e do seu bebé, Payne ainda procura, sem sucesso, pelos responsáveis de tal acto. Auto-enclausurado no departamento da polícia que investiga os casos insolúveis, o agente dos narcóticos procura incessantemente qualquer pista que o ajude a desvendar o caso.
Quando o seu antigo parceiro (Donal Logue) encontra uma nova pista Payne como que irá regressar dos mortos… mas apenas por breves momentos!
Sem mais ninguém a quem recorrer ele irá aliar-se a Mona Sax (Mila Kunis), uma assassina profissional que pretende também vingar a morte de um ente querido.
Por entre demónios, corruptos, manipuladores, drogados e arrependidos, esta dupla improvável irá (ou talvez não) encontrar o que procuram.
Mas não é necessariamente pela história que o filme vale a pena.
O seu ponto alto, para além das óptimas cenas de tiroteio e porrada, encontra-se ao nível da fotografia, das imagens, em suma, da capacidade em transpor um ambiente muito próprio (do videojogo) para a “realidade” da grande tela.
Com um estilo muito pesado, a lembrar bastante o film noir e, também, o grafismo típico das aventuras gráficas, facilmente nos transportamos para um mundo diferente e sombrio. Para facilitar a visualização poderíamos falar num cruzamento entre o já citado Hitman e o memorável Sin City, mantendo, no entanto, um estilo muito próprio e arrojado.
Por fim, o merecido destaque ao desempenho de Mark Wahlberg. O cantor tornado actor, confirma mais uma vez que é actualmente uma das grandes estrelas (de acção) de Hollywood, demonstrando energia e garra mais que suficientes para tornar um conjunto de pixeis numa personagem com corpo e alma!
Num computo geral podemos afirmar que estamos perante uma obra interessante com os seus trunfos bem explorados mas que não esconde a sua origem e os seus destinatários.
Que é como quem diz “Se gosta, gosta. Se não gosta, mais vale não ir!“