“O Dia Em Que a Terra Parou (The Day the Earth Stood Still)” de Scott Derrickson
Um remake de um filme de ficção-científica (ainda por cima catalogado de filme de culto, da longínqua década de 50) estará, à partida, condenado a ser enxovalhado na praça pública – esperemos para ver se a teoria se confirma com o próximo Star Trek!
Senão vejamos. Mais de 50 anos passaram sobre a estreia do “original”. A realidade à nossa volta alterou-se, o mundo do cinema (ritmo, temas, preocupações) mudou consideravelmente, os efeitos especiais evoluíram (exponencialmente!), o público e conceito de cinema já não são os mesmos, etc., etc., etc.
Neste longo período de tempo houve uma legião de fãs, cinéfilos, historiadores ou até mesmo astrónomos que criarem a sua própria versão, a sua imagem, a sua interpretação para os acontecimentos relatados. Ao mesmo tempo que foram idealizando o que seria a “sua versão”, actualizada à sua época.
É um pouco como adaptar uma conceituada obra literária ao cinema – é impossível agradar a todos! No entanto, no que me diz respeito, nunca tinha, se quer, ouvido falar da 1ª versão, por isso posso “limitar-me” a comentário o filme per si.
Começando exactamente pelo fim… esse é um dos seus pontos mais fracos!
Durante 1h30 acontece muita coisa, algumas com alguma lógica, outras demasiado forçadas mas a maioria com a consistência suficiente para aguentar o filme.
O problema é que no final ficamos quase que na mesma!
Pessoalmente, esperava um pouco mais de imaginação para o desenlace!
Quando um Objecto Voador Não-Identificado é detectado em rota de colisão com o planeta Terra uma série de cientistas é resgatada para estudar este estranho fenómeno.
O OVNI acaba por aterrar suavemente no Central Park, NYC, de onde saem 2 elementos: o “humano” Klaatu (Keanu Reeves) e Gort um gigantesco robot (fruto dos mais avançados efeitos-especiais de Hollywood).
Com a improvável ajuda de Helen Benson (Jennifer Connelly), uma das cientistas do grupo, e do seu filho Jacob (Jaden Smith), Klaatu irá levar a cabo a sua delicada missão.
Missão essa que pode ditar o fim da humanidade…
A sustentabilidade (ambiental, económica, financeira, etc.) é hoje mais que nunca um tema em voga. As preocupações em encontrar novas formas de subsistência estão no topo das prioridades, um pouco por todo o Mundo. A acção do Homem tem negligenciado, muitas vezes, a presença de outras espécies.
E se algum ser/entidade exterior nos chamasse à razão?
Em última análise não estaremos perante um filme de ficção-científica mas sim, um denominado filme-catástrofe! Nomeadamente aquela que é desencadeada pelos extra-terrestres mas sobretudo aquela que está em vias de ser perpetuada pelo Homem!
Profundo demais para um filme de entretenimento e diversão, … não?