“Che” de Steven Soderbergh
Vá-se lá saber porquê, estava plenamente convencido de já vos ter aqui falado (em Antevisão) do mais recente épico do brilhante realizador norte-americano, Steven Soderbergh, em torno da mais carismática e amada personalidade sócio-política da cultura sul-americana, Ernesto “Che” Guevara!
O filme, dividido em 2 partes dada a sua longa duração – Part One: The Argentine e Part Two: Guerrilla – estreou em Maio passado em Cannes, tendo desde logo gracejado inúmeros elogios, sobretudo para Benicio del Toro pelo seu retrato glorioso do líder da revolução cubana (desempenho que lhe valeu, no referido certame, o prémio de Melhor Actor).
Depois do reconhecimento generalizado nas diversas listas dos filmes mais aguardados da temporada dos Oscars, o(s) filme(s) foi perdendo muito do seu fulgor (talvez pela duração, talvez por ser falado em castelhano, TALVEZ pela sua forte componente política!), acabando quase no esquecimento!
NOTA: Desconheço se o filme ou pelo menos a sua 2ª parte será ainda elegível para os Oscars do próximo ano. Duvido, mas pode ser que ainda se vá a tempo de corrigir a mais que provável injustiça!
Ao contrário de Diarios de motocicleta (filme de Walter Salles que explorava os 1ºs anos e as 1ªs experiências do jovem Ernesto), a obra de Soderbergh aborda em detalhe a actividade revolucionária de Che Guevara, 1º em Cuba e depois, num misto de diplomacia e guerrilha, em NYC e na América do Sul, respectivamente.
Como curiosidade destaca-se também um elenco bastante internacional onde pontifica a britânica Julia Ormand, o brasileiro Rodrigo Santoro, o mexicano Demián Bichir e … o português Joaquim de Almeida!
Ao longo da sua carreira Soderbergh tem alternado filmes mais comerciais (Ocean’s) com obras mais experienciais como Sex, Lies and Videotape ou Full Frontal. No entanto, é, também, responsável por obras memoráveis como Traffic (Oscar de Melhor Realizador) ou Erin Brockovich.
Este díptico sobre os momentos mais conhecidos da vida do imortal Che Guevara posiciona-se certamente neste último grupo. O seu único senão será a enorme expectativa que o rodeia!
Quanto a Benicio del Toro deixo os elogios (certamente!) para depois de assistir às 2 obras.
A 1ª estreia já na próxima semana. A 2ª parte, logo em inícios de Abril (para não se perder o fio à meada!)
Até lá.