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“O Rei da Califórnia (King of California)” de Mike Cahill


Mais de 2 anos separam a estreia mundial (no Sundance Film Festival) deste King of California, da sua estreia em Portugal!!!!
Ok, era “apenas” o mais conceituado festival de cinema independente dos EUA… mas a verdade é que a sua estreia comercial ocorreu (por esse Mundo fora) em Setembro… de 2007!!

Custa-me a compreender as opções de certas distribuidoras, seja responsabilidade da sua representante nacional ou da casa-mãe! Consigo entender a dificuldade de um filme de reduzido orçamento em se aventurar numa estreia em larga escala. É necessário acautelar custos, prever a reacção do público e, sobretudo, as potenciais receitas.
Mas, por muito que condescenda, não consigo encontrar uma única razão que possa justificar tamanho hiato! Daqui a pouco a Evan Rachel Wood já é casada e mãe de filhos e ainda estamos a assistir aos seus (brilhantes) desempenhos como adolescente!

Falando agora do filme…
King of California não engana desde o 1º minuto (ou até, talvez mesmo, desde o trailer)! Trata-se de um filme modesto, com um orçamento bastante reduzido, cingindo-se, em grande medida, ao desempenho dos seus protagonistas e que no mínimo nos faz pensar nas sempre complicadas relações humanas (neste caso entre pai e filha) e nas suas repercussões na vida de cada um deles (ou de cada um de nós).

Mike Cahill, em estreia absoluta como realizador e argumentista, constrói uma narrativa simples mas eficaz, tirando o máximo partido da qualidade dos 2 protagonistas. Se por um lado, o veterano Michael Douglas transporta consigo uma loucura instável, Evan Rachel Wood é exactamente o oposto, um ser racional e cauteloso que compreende muito bem o seu espaço. Deste contraste nasce uma relação difícil mas proveitosa adocicada por alguns momentos improváveis.

Pai e filha perseguem um antigo tesouro, resultado da intensa pesquisa de Charlie (Douglas) iniciada enquanto se encontrava internado numa clínica para doentes psiquiátricos. Miranda (Wood) deixada no mundo sozinha, cedo arranjou a sua forma de sobrevivência e subsistência (como empregada de balcão no McDonal’s local). Impelida por uma carência afectiva que lhe faz condescender praticamente todos os comportamentos do seu pai, ela irá acompanha-lo nesta “caça ao tesouro” … na ânsia de encontrar algo à muito perdido!

Em pleno turbilhão do Verão cinematográfico, inundado por constantes blockbusters e filmes de puro entretenimento, sabe sempre bem assistir a um filme despretensioso que nos apela a outro tipo de sentimentos.
Neste capítulo seria obrigatório destacar a qualidade dos desempenhos de ambos os protagonistas. E se Douglas é, há muito, um esteio da representação em Hollywood, Rachel Wood parece estar a seguir o caminho certo para uma carreira de eleição.

É louco? É!
É diferente? É!
É para todos? Não!
Será apenas para aqueles que procuram no cinema um reflexo da vida … mas sem grandes dramas ou heroísmos!

Simples e Humano!

Site Oficial
Trailer

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