“Pineapple Express” de David Gordon Green
Fim-de-semana ultra prolongado e nada como uma boa sessão de home cinema para ajudar a relaxar!
Como estava fresco na memória a referência a este filme, toca de preparar o DVD para o assistir pela 1ª vez. Logicamente em casa, já que pelos cinemas nacionais, nem por Lisboa, teve o privilégio de estrear!!
Fruto do clã Apatow (aqui assume o papel de produtor), conta com Seth Rogen num dos papéis principais (e como argumentista também!), ao que se junta o improvável James Franco – uma das grandes promessa de Hollywood há 7/8 anos atrás mas que se tem perdido entre filmes menores!
E é curiosamente graças ao desempenho de Franco (e à sua nomeação ao Golden Globe de Melhor Actor de Comédia) que o filme ganhou uma dimensão superior.
Num ano em que a sua presença na galardoado Milk voltou a demonstrar que as suas qualidades permanecem intactas, a sua disponibilidade para um difícil mas proveitoso papel do traficante Saul, acaba por “recuperá-lo” para as grandes lides!
Ao lado do omnipresente Seth Rogen (por estes dias a cara mais visível da nova geração da comédia real made in USA), Franco constrói uma personagem de todo invulgar mas verosímil que cria empatia ao primeiro minuto. Apesar da diferença de experiência no género, Franco mantém-se firme no meio desta loucura, tornado o filme numa obra apetecível apesar de completamente tresloucada.
Ora vejamos. Quando Dale (Rogen), um solicitador viciado em marijuana, assiste ao frio assassinato de um asiático por parte de um poderoso homem de L.A.- inclusive com ligações à polícia local – a sua única ideia é recorrer à ajuda do seu indescritível fornecedor de erva (Franco). Num estado de “normal” de euforia (para eles, subentenda-se) os 2 encetam uma fuga para … lado nenhum!
Neste momento aquilo que se pensava tratar-se de uma comédia “espiritual”, transforma-se numa violenta e inimaginável perseguição que culmina com o esperado confronto final!
Apesar de roçar ferozmente com as mais monótonas comédias nonsense, a obra de David Gordon Green, transporta um cunho personalizado e comprovado deste grupo de verdadeiros malucos (e idiotas) que não se inibem em expor os temas mais sensíveis ou desaconselhados, em prol de uma boa risada!
Para o comum dos cinéfilos, o filme parecerá uma miscelânea de estilos e conceitos sem grande sentido…
Para os mais atentos a situação não será… muito diferente!
No final “aprendemos” que se pode (e deve) rir com qualquer situação, mesmo as mais bizarras ou improváveis. Talvez estarei a ir longe de mais mas quer-me parecer que será essa a máxima principal do já referido clã!
Não há limites para a comédia! Desde que bem escrita e melhor desempenhada, tudo é permitido e respeitado!
Não será, certamente, Apatow vintage mas chega a sítios que se julgavam há pouco tempo inalcançáveis, para um comédia desbragada como esta!!