“Idade do Gelo 3: O Despertar dos Dinossauros” de Carlos Saldanha

Até ao momento, o melhor filme de animação do ano!

Quando em 2002 o pequeno estúdio da Blue Sky (subsidiária da Fox) lançou-se nesta saga de animais pré-históricos, estaria longe de imaginar o seu sucesso planetário!
7 anos e 3 filmes depois, a fasquia parece de tal modo elevada que o céu será mesmo o único limite. A acrescentar à terna história dos 3 amigos inseparáveis (o mamute, o preguiça e o tigre dentes-de-sabre), o franchise foi acrescentando uma qualidade técnica/tecnológica comparável aos melhores, um espírito “fresco” e revigorante e, acima de tudo, um encadeamento histórico (ainda que discutível) que mantém a acção em permanente ebulição e actualização.
E depois ainda temos Scrat (o esquilo) e a sua interminável busca pela bolota… e não só!

Aquilo que começou como um simples projecto de experimentação da tecnologia de animação por computador, vulgo CGI, transformou-se agora, numa plena animação em 3D digital, tirando o máximo partido de todas as vantagens da animação a três dimensões.
Desde cenários, passando pelas personagens ou pelos momentos mais intensos ou bem-humorados, a tridimensionalidade flui com grande naturalidade mais igualmente com imenso impacto. Transportados para aquele Mundo frenético, sentimo-nos quase como parte integrante daquele espaço, daquele ambiente, daquelas relações … de forma alguma pré-históricas!

Ellie e Manny aguardam o seu 1º filho. Obcecado pela parentalidade, o grande Mamute negligencia um pouco as suas amizades fazendo com que Diego e Sid se sintam, de certa forma, deslocados e sós. Para compensar a sua solidão Sid, a preguiça, decide acolher, à sua guarda, 3 misteriosos ovos.
Quando a monstruosa mãe desses rebentos vêm recuperá-los, o princípio da relatividade é posto em causa e aquilo que pareceria ser um animal imenso é rapidamente ultrapassado!
Num mundo estranho, rodeado de uma revigorante natureza, os 3 amigos colocarão à prova a sua amizade, necessitando da contribuição de todos para sobreviverem aos novos perigosos.
E todos, significa também Buck, a temerária doninha!

À parte de um roteiro (de aventuras) de certa forma simplista e de algum modo previsível, o filme não se limita à xaropada infantil, arriscando algumas piadas mais picantes e algumas situações vertiginosas.

No cômputo geral é (quase) tudo aquilo que um filme de animação deve ser: engraçado, simples, vistoso, moralmente correcto e “educativo”. Talvez lhe falte apenas um pouco de irreverência mas também não se pode pedir tudo, pois não?!

Na versão original regressam as vozes de Ray Romano, Denis Leary, John Leguizamo, Queen Latifah e Bill Hader. Cá pelo burgo para podermos assistir à versão 3D temos de nos contentar com as vozes portuguesas. Pelo menos, desta vez, não temos de gramar com a Catarina Furtado…

A principal nota negativa vai mesmo para o preço do bilhete. Ao ritmo que isto vai, daqui a pouco o cinema 3D torna-se num espaço acessível apenas às elites (financeiras)! E em época de crise…

Bem, peguem nas crianças ou arrisquem mesmo sozinhos. Com aquela manada dificilmente se sentirão sós!

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