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“Estado de Guerra (The Hurt Locker)” de Kathryn Bigelow


Recuar 7 anos para voltar a encontrar-me com Spider (de David Cronenberg, com Ralph Fiennes como protagonista) e recuperar a última (e até à bem pouco tempo única) vez em que assisti a uma sessão de cinema TOTALMENTE sozinho!

É uma sensação deveras intrigante. Se por um lado nos sentimos abandonados por não vermos mais ninguém a partilhar daquela experiência, por outro lado, sentimo-nos privilegiados ao constatar que aquela sala durante 2h é só nossa! E se da 1ª vez os minutos demoraram a passar, agora voaram que nem estilhaços de bomba!

Precisamente 7 anos depois de ter estreado K-19, Kathryn Bigelow está de regresso à cadeira de realizadora, com um novo filme de cortar a respiração.
Bastante aclamado pela crítica e (consequentemente) mal tratado pelos distribuidores nacionais – demorando 1 ano a estrear entre nós depois da sua première no Festival de Veneza de 2008 – o filme apresenta um retrato cru e real de uma unidade de detecção e desactivação de bombas anti-pessoais a operar no Iraque, nos primeiros tempos após a invasão de 2003.

Propositadamente com um aspecto artesanal e alternando os detalhes com imagens mais completas de cada situação, o filme rapidamente nos imerge por completo, depositando-nos praticamente em pleno “campo de batalha”.

Acompanhamos a unidade Bravo de especialista anti-bomba, constituída pelo Sargento William James (Jeremy Renner), o Sargento J.T. Sanborn (Anthony Mackie) e o Especialista Owen Eldridge (Brian Geraghty).
A bordo do seu jipe blindado, os 3 irão embarcar numa série de missões em pleno Iraque, aguardando pacientemente pelo dia em que serão rendidos. No entanto, para além do seu tempo em serviço, a câmara “persegue-os” igualmente nos seus momentos de descontracção, reflexão e… bebedeira, quando de regresso à sua base em Camp Victory.
Mas, se os momentos de “trabalho” são os mais intensos e desgastantes, ficamos também a saber que por detrás das fardas existem homens de carne e osso (e emoções!).

Focalizando a acção numa pequena unidade especializada, o filme consegue expor em detalhe o dia-a-dia das tropas norte-americanas (e não só, digo eu!) em solo hostil, explorando ao máximo o clima de tensão, angústia e bravura que acompanha todos os que lá estão.
Adicionalmente (ou não fosse o filme realizado por uma mulher), temos ainda a benesse de conhecer “por dentro” alguns dos militares-padrão que operam no terreno, entre outros (e não querendo de forma alguma ferir susceptibilidades), o eterno inconsciente, o consciente responsável, o inseguro abalado e o imprudente psicólogo.

Não estamos na pele dos protagonistas mas não ficou a faltar muito!

Ah!… é verdade, e adivinhem que aparece lá pelo meio? Nada mais, nada menos que… Ralph Fiennes!
Já devia ter previsto isto!

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