“Orgulho e Glória (Pride and Glory)” de Gavin O’Connor
Não acrescenta nada de particularmente novo ao género… mas não deixa de ser um filme de prender a respiração! Ou como se dizia antigamente, um daqueles macho movies!
O policial sempre foi um género de eleição do cinema (e da TV) norte-americano. Mais recentemente, diria após o 11 de Setembro, os polícias passaram a sustentar uma certa áurea de confidencialidade e respeito, sendo comum encontrar filmes que homenageiem a profissão.
Este Pride & Glory não envereda (totalmente) por esse caminho e talvez isso ajude a explicar o porquê de ter permanecido na “prateleira” durante quase um ano!
Com data marcada para inícios de 2008 o filme foi sendo sucessivamente adiado, temendo-se (pelo menos falo por mim) que a sua estreia nunca fosse ocorrer nas salas de cinema – e não falo apenas no nosso país, ok!?
Porém, um “momento de luz” dos senhores da New Line Cinema, lá permitiu que o filme estreasse nos cinemas!
Com o devido retardo (praticamente 1 ANO!!), chega finalmente ao nosso país!
Às vezes percebo que deve ser deveras aborrecido estar constantemente a ler as mesmas “bocas” aos nossos distribuidores nacionais mas … é mais forte do que eu!
Bem, deixemo-nos de fait-divers.
Se as presenças de Edward Norton (por muitos considerado como o mais talentoso actor da sua geração) e Colin Farrell (recente vencedor de um Golden Globe por In Bruges) seriam à partida os maiores atractivos do filme – o que se veio a confirmar plenamente – o seu tom crítico, desconfiado e inquisitivo perante as forças policiais não deixou de ser um dos seus trunfos mais fortes.
Aliás a exploração dos (ténues) limites da lei, entre o que está certo e errado, o aceitável e reprovável, a justiça e os prevaricadores, que justificava, em parte, a incerteza perante os resultados do filme, acaba por ser o seu aspecto mais favorável e aquele que prende os espectadores à grande tela.
Num mundo como o de hoje é cada vez mais difícil distinguir entre bons e maus, a grande maioria das pessoas vive sobre essa fina linha que os divide, agora cabe ao cinema voltar a expor essa realidade!
Uma família de polícias (pai, irmãos e cunhado), uma rusga que correu mal e uma investigação que colocará a nu alguns comportamentos menos aceitáveis por parte das forças policiais, é o ponto de partida para este policial revivalista dos anos 70.
Será um bocadito puxado considerá-lo cinema de entretenimento, no entanto, será de todo justo apresentá-lo como um filme de acção que levanta muitas questões em torno daqueles que estão incumbidos de nos proteger!
GOSTEI!