“Homens que Matam Cabras só com o Olhar (Men Who Stare at Goats)” de Grant Heslov

Ironia do destino, os 2 principais candidatos ao prémio máximo de interpretação masculina nos Oscars deste ano, aparecem lado a lado nesta comédia tresloucada, muito ao estilo dos irmãos Coen.

Se para George Clooney (Up in the Air) este ar non sense até parece algo natural, derivado precisamente das suas anteriores experiências com essa invulgar dupla (O Brother, Where Art Thou?, Intolerable Cruelty e Burn After Reading), também Jeff Bridges (Crazy Heart) não se pode queixar muito, depois de em tempos ter protagonizado talvez o mais louco do desvarios de Etan e Joel (The Big Lebowski).

Claro que nem todos têm o brilhantismo da dupla já referida e, por muito que se esforce, Grant Heslov dificilmente alcançará os pergaminhos dos “seus ídolos”… mesmo com a ajuda de tão reputado elenco!

Claro que antes de ser uma comédia para “idiotas”, este Men funciona como uma mordaz sátira
à política bélico-militar encetada pelas mais altas patentes norte-americanas nas últimas decadas!
Tal como é subtilmente anunciado no genérico de abertura, o filme é levemente baseado em factos verídicos. O que quererá dizer que aquelas maluqueiras de unidades especiais dedicadas a tácticas psico-telepáticas terá algum fundo de verdade… e não me surpreende assim tanto quanto isso!

Deparamo-nos com um ingénuo e amargurado Robert Wilton (Ewan MacGregor), um jornalista do interior do Michigan que se aventura em terras do Médio-Oriente, em busca de novas emoções. Lá irá deparar-se com Lyn Cassady (Clooney), um reformado operacional das forças “especiais” dos EUA que o colocará ao corrente da sua extinta New Earth Army Unit.
Entre alhadas e trapalhadas Lyn irá revelar-lhe alguns dos segredos do seu passado, nomeadamente a sua relação com o seu mentor, Bill Django (Bridges), e Larry Hooper (Kevin Spacey), o seu maior rival.

Desenganem-se, desde já, aqueles que ao olhar para a qualidade do elenco fantasiam como uma qualquer obra suprema. Olhem com mais cuidado para o poster!
Em último plano, com direito a nome e tudo, aparece UMA CABRA! É este o mote do filme.

Parece tudo muito sério, com gente super competente e empenhada mas, no final, resume-se tudo a uma boa dose de auto-crítica e exploração dos defeitos e vícios de uma sociedade demasiado “habituada” a ser, e parecer, gerida por tolos!

Mas lá que tem os seus momentos de puro prazer… lá isso tem!

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