“O Lobisomem (The Wolfman)” de Joe Johnston
Joe Johnston ganhou fama há quase 20 anos atrás com o esforçado Rocketeer, tendo desde aí navegado por Hollywood alternando grandes projectos com grandes desafios.
O seu próximo filme será um dos GRANDES acontecimentos do Verão de 2011, The First Avenger: Captain America… mas não terá sido graças a este The Wolfman que “recebeu” tamanha honra!
Mais conhecido pelos problemas de produção que arrastaram a sua estreia alguns meses, do que propriamente pela sua qualidade intrínseca, o filme acaba por valer pelas cenas mais violentas/ explícitas em detrimento do seu computo geral.
Nota-se o esforço dos actores em compor algo coerente, no entanto, não há nada que nos agarre ao ecrã por mais de 5 minutos seguidos – em média o tempo que dura cada metamorfose e/ou cada explosão de raiva!
Benicio del Toro, Anthony Hopkins e Emily Blunt mereciam um pouco mais de consideração mas lá que os efeitos especiais têm muita pinta… disso não temos dúvidas!
Londres, finais do séc. XIX.
Um jovem actor recebe uma carta da sua cunhada (Blunt) a dar conta do desaparecimento do seu irmão. De regresso a casa, de onde “fugiu” muitos anos antes após um trágico acontecimento, Lawrence Talbot (del Toro) terá que lidar com os novos desenvolvimentos na sua vida ao mesmo tempo que fantasmas do passado parecem regressar. Entre eles encontra-se o seu distante pai, Sir John Talbot (Hopkins) e uma criatura que aterroriza as redondezas, em noites de lua cheia.
Apesar da sua elevada estrutura moral Lawrence ver-se-à arrastado para um mundo de instintos, egoísmo e mal-entendidos que culminará com…
E o problema é mesmo esse! Para além de ser inconsequente e inconsistente, o filme nasce quase do nada e desvanece-se com a mesma “subtileza”.
À parte dos momentos de (quase) terror em que a criatura faz o seu serviço da forma mais grotesca e selvática possível, o filme tem pouco para oferecer.
Pior que isso ficamos mesmo sem perceber qual a alcance de tudo isto. Será que acharam o Lobisomem só por si já vende bilhetes? Estava apenas a preparar um franchise para Hugo Weaving? Ou foi só mesmo para gastar o dinheiro da malta lá da Universal Pictures ($150M segundo rezam as crónicas)?
Para os amantes do cinema fantástico (nem de propósito a coincidir com a abertura de mais uma edição do Fantasporto) e … mais ninguém!
E por favor, deixem os vossos filhos em casa, a não ser que eles gostem de cabeças a voar, tripas de fora e bichos MUITO feios!