“Shutter Island” de Martin Scorsese
“Is it better to live as a monster or die as a good man?”
Por onde posso começar?
Martin Scorsese, Leonardo DiCaprio… Mark Ruffalo, Ben Kingsley, and so on… and so on!
Um presídio para perigosos lunáticos, uma ilha aterradora e inviolável, uma rapariga desaparecida.
É a partir deste conceito inicial que Scorsese constrói um dos mais surpreendentes e angustiantes thrillers dos últimos anos, recheado de cenas assustadoras e de alguns dos mais marcantes momentos deste (jovem) ano cinematográfico, preparando-se para assumir, desde já, a pole position na edição de 2011 dos Oscars!
Aliado à sua nova “musa” (4ª colaboração consecutiva) o mestre Scorsese assina um irrepreensível filme de suspense digno do imortal Hitchcock.
Ficamos presos à cadeira graças a um trabalho de câmara e fotografia asfixiante, deslumbramo-nos igualmente com o desempenho do cada vez mais completo DiCaprio e não resistimos ao poderoso e pleno de coerência argumento de Laeta Kalogridis (adaptando o romance de Dennis Lehane, autor, entre outros, de Mistic River!)
A história leva-nos até aos anos 50 e mais precisamente até uma rochosa ilha ao largo de Boston onde se situa o Ashecliffe Hospital for the Criminally Insane, local onde, sob a direcção do Dr. Crawley (Kingsley), funciona um presídio para os mais violentos e perturbados criminosos dos EUA.
O misterioso desaparecimento de uma doente “obriga” os agentes federais Teddy Daniels (DiCaprio) e Chuck Aule (Ruffalo) a tomar o ferry até aquele inóspita ilha.
Perante a relutância e o evidente desconforto de todos Teddy irá levar a cabo uma intensa e impiedosa investigação, ao mesmo tempo que tenta lidar com os seus próprios traumas.
A mente humana é um labirinto de emoções e contradições. Scorsese é um mestre na forma como a expõe e como retira dela (e dos seus protagonistas) o melhor desempenho possível.
Shutter Island alcança, de forma brilhante, a sempre árdua tarefa de conjugar o apreço da crítica com o reconhecimento do público de massas graças à inteligência e contemporaneidade de uma realizador que atravessa gerações e que permanece no topo desta montanha-russa que é a 7ªa arte, há +35 anos!
Acima de tudo, Marty confirma que a decisão de adiar a estreia do filme para 2010 poderá não ter sido a mais acertada (no que diz respeito a Prémios).
Será que Fevereiro passou a ser a nova data para a estreia dos Melhores do Ano?
"Shutter Island": 5*
É um filme obrigatório. Com o seu desenrolar vamos descobrindo tudo e isso é-nos mostrado de uma forma magistral.
Cumprimentos, Frederico Daniel.