“Um Sonho Possível (The Blind Side)” de John Lee Hancock
Há pois é!
2 antestreias no mesmo dia… isto começa a parecer sério!
E se How to Train your Dragon foi a agradável surpresa do dia, The Blind Side confirmou tudo aquilo de bom que tinha ouvido dizer a seu respeito!
Sandra Bullock “rouba” todas as cenas em que participa, a história (verídica) é realmente tocante e aquele nomeação da Academia para Melhor Filme do Ano, só lembra mesmo aos norte-americanos!
John Lee Hancock constrói uma intriga deveras cativante, não sentindo receio em mostrar conflitos sensíveis e situações mais delicadas, ao mesmo tempo que se esforça por transmitir ao filme alguma leveza e descontracção, recorrendo a algumas tiradas mais bem dispostas – no fundo tentando representar um pouco os altos e baixos do um qualquer dia-a-dia “comum”! Mas daí a considerá-lo um dos Melhores do Ano… ainda vai um longo caminho!
Prémios à parte o filme prende-nos à cadeira enquanto assistimos, (praticamente) incrédulos, à história de Michael Oher (Quinton Aaron), um jovem de origens bastante humildes que vê a sua sorte mudar quando é amparado por Leigh Anne Tuohy (Bullock), uma abastada e influente dona de casa, mãe de 2 filhos que estudam na mesma escola que Big Mike.
Mas se Leigh Anne transformará a sua vida será outra coisa a garantir-lhe um futuro melhor!
A extraordinária história de vida deste jovem rapaz de Memphis é, antes de tudo, uma inspiração para todos aqueles que têm de superar dificuldades impensáveis para vingar na vida… mas deverá igualmente servir de exemplo a todos (nós) aqueles que têm condições de proporcionar a outro ser humano (sem precisar de nada em troca) condições mínimas para que estes se possam superar e ter uma vida melhor!
Para além de arte e entretenimento, o cinema pode/deve servir, também, como instrumento para tocar sensibilidades, possibilitando (quem sabe!) a alteração de mentalidades e o vislumbramento de “uma outra realidade”!
Por vezes a realidade ultrapassa a dimensão de uma sala de cinema… ora aí está mais um exemplo feliz!
Quanto ao Oscar de Sandra Bullock apetece dizer que terá sido entregue por exclusão de partes… é que a Meryl Streep já tem uns lá por casa… e comédias dificilmente valem pontos nas cerimónias da Academia!