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“Uma Outra Educação (An Education)” de Lone Scherfig


Até ao momento, o Melhor Filme Inglês do Ano!

Faltará apenas assistir a Fish Tank (vencedor do BAFTA para Melhor Filme Britânico) e In the Loop (nomeado ao Oscar de Melhor Argumento Adaptado) para o poder confirmar em definitivo.

Mais uma vez percebemos que não é preciso um grande orçamento para produzir um filme de grande qualidade. “Basta” ter uma história cativante, um(a) realizador(a) competente e um grupo de actores harmonioso.

Certamente que o filme dirá muito mais para aqueles que atravessaram os míticos anos 60 (especialmente na era pré-Beatles onde tudo era demasiado quadrado).

É neste mundo rigoroso que uma instruída adolescente decide assumir os riscos de uma vida totalmente aborrecida e deixa-se levar pelos vícios/caprichos/fascínios que lhe são proporcionados por um homem mais maduro.
No entanto, não será esta história intemporal?

Jenny (Carey Mulligan) é filha única de uma família de classe média, regida pelos austeros, porém racionais, desígnios do seu pai (Alfred Molina). Destinada a prosseguir os seus estudos universitários em Oxford, a jovem estudante acaba por se encantar pelo bem mais velho David (Peter Sarsgaard).

Juntamente com os inseparáveis convivas deste, Helen (Rosamund Pike) e Danny (Dominic Cooper), Jenny irá conhecer um mundo totalmente diferente, recheado de emoções e contradições, num inequívoco contraste com a sua anterior existência.
Mas até onde/quando poderá uma jovem rapariga contrariar o stabilishment e delinear o seu próprio caminho?

São destas pequenas preciosidades que é feito o cinema (dito) independente! Mais do que uma grande peça de reflexão ou introspecção, o filme permite-nos contactar bem de perto com uma realidade que não será assim tão diferente da nossa… apesar dos quase 50 anos que nos separam!

E se os desempenhos da jovem Mulligan e do mais rodado Sarsgaard são de louvar (especialmente a brilhante transformação da jovem actriz britânica, de menina a “quase mulher”), o grande trunfo do filme é mesmo a sensibilidade com que a dinamarquesa Lone Scherfig filma as memórias de Lynn Barber.

Sentimos a revolta, a desilução, a esperança e a razão de Jenny como se fosse a nossa… não é todos os dias que vemos isso no cinema!

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