“Visto do Céu (The Lovely Bones)” de Peter Jackson

Anunciado como um dos potenciais candidatos a ter em consideração por altura da selecção dos Melhores do Ano, a mais recente obra de Peter Jackson (para os mais distraídos o realizador da saga The Lord of the Rings!) foi perdendo fulgor e preponderância, acabando quase no esquecimento.

Não é difícil perceber porquê!

Seria fácil acusar o filme de falta de rumo ou orientação, de dispersão ou indefinição mas o que me preocupa realmente é que a base (o premiado romance de Alice Sebold) era tão sólida e o filme mais parece um baralho de cartas, solto ao sabor do vento!

Tal como é do conhecimento geral, o filme relata a forma como uma jovem menina (de 14 anos) observa os seus entes queridos enquanto estes lidam com a dolorosa experiência que foi o seu assassinato às mãos de uma psicopata!

O problema é que em grande parte do filme acompanhamos Susie (é este o nome da jovem) na sua “viagem” entre este mundo e o outro, numa alucinação típica dos efeitos mais nefastos da LSD! E cá em baixo a história até tem potencial mas envolto por aquele manto psicotrico, acaba por perder muito do seu impacto.

Susie Salmon (Saoirse Ronan) foi assassinado com apenas 14 anos e muitos sonhos pela frente. Enquanto os seus pais (Mark Wahlberg e Rachel Weisz) aprendem a lidar com a sua perda e tentam, em simultâneo, desvendar o mistério em torno do seu desaparecimento, Susie observa-os lá de cima tentando ajudá-los naqueles momentos difíceis.
Mas não é apenas a sua família que prende a sua atenção, também o seu assassino é alvo da sua curiosidade e da sua preocupação. E nunca se sabe quando ele estará disposta a “atacar” de novo…

No meio disto tido será obrigatório louvar o desempenho de Stanley Tucci, no papel de George Harvey (dará para imaginar quem será George nesta história!). Para além de uma caracterização (ainda que subtil) que o torna praticamente irreconhecível, o desempenho do experiente actor é de facto majestoso.
Será difícil nutrir por ele (a personagem) outro sentimento que não seja a repulsa ou o desprezo mas como já li em algum lado “até para se fazer de mau é preciso ser bom“. Tucci é simplesmente fantástico… e já não é a 1ª vez!

Quanto a Peter Jackson melhores dias virão… em último caso como produtor executivo de The Hobbit ou Les Aventures de Tintin.

Por agora, fica um sério amargo de boca!

Como dizia o outro “não havia nechechidade”!

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