“A Melodia do Adeus (The Last Song)” de Julie Anne Robinson
À partida pareceu-me um pouco estranho esta história de estrearem, com uma diferença mínima, 2 filmes baseados em obras do laureado romancista Nicholas Sparks.
Só agora, ao fazer um pouco de pesquisa para este comentário, é que deu para entender…
The Last Song, ainda antes de ser um romance, já era um argumento de cinema propositadamente escrito para o efeito numa estreita colaboração entre Sparks e os estúdios cinematográficos da Disney.
Daí, também, a tão inflamada presença de Miley Cyrus!
Confesso que achei estranho quando soube da sua participação, no entanto, durante o filme não encontrei motivo para tal preconceito… o mesmo não se pode dizer do pessoal do IMDB. Aquilo é que é desdém e mal-dizer!
Seguindo o modus operandi basilar da obra de Sparks, o filme explora os encontros e desencontros das relações humanas, assumindo o Amor, nas suas mais diversas formas e feitios, inequívoco plano de destaque.
Por outras palavras, o amor de um pai pelos seus filhos e uma peculiar atracção entre dois maduros e quezilentos adolescentes.
O único senão é que habituados aos twists e reviravoltas típicos da obra do escritor do Nebraska, acabamos por ir antevendo o que vai acontecendo, desperdiçando um pouco da magia que o filme prometia.
Mas também não sejamos injustos. O filme pode não ter a profundidade dos melhores momentos sparkianos mas, ao menos, faz esquecer facilmente o indeciso e indefinido Dear John… e com recursos (pelo menos humanos) bem mais modestos!
Quando a revoltada Ronnie (Cyrus) chega a casa do seu pai (Greg Kinnear) para passar as férias de Verão, estaria longe de imaginar o que o futuro lhe traria.
Numa cidade estranha e a atravessar um período de imensa indefinição, tudo o que a jovem não precisava era de reviver alguns dos traumas do passado, ao mesmo tempo que tem de se habituar à presença do omnipresente Will (Liam Hemsworth).
Como reagirá Ronnie às travessuras que o destino lhe preparou?
Cyrus poderá não ser uma actriz de grande gabarito mas daí a crucifica-la ainda vai um longo caminho! E para aqueles que se deliciaram a esmiuçar as diferenças entre o livro e o filme convém explicar-lhes que foi Sparks o responsável máximo pelo argumento e que este foi “entregue” antes do livro!
Quando é que os amantes incondicionais da literatura irão compreender que NÃO É POSSÍVEL transpor para o grande ecrã todos os detalhes de um grande livro/romance?!?
Para todos aqueles que não leram o livro, aqui fica um pitoresco romance regado com alguma melancolia e uma pitada de irreverência!
Quanto a Cyrus? Calma… é apenas o começo!
Miley Cyrus – When I Look at You