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“Eu Amo-te Phillip Morris (I Love You Phillip Morris)” de Glenn Ficarra e John Requa


Gay, Gay, Gay!

Meus caros que não restem dúvidas já à partida, Steven Russell, o tal camarada que está enamorado por Phillip Morris (como se pode verificar desde logo pelo título do filme), é do mais bi*** que existe!

Mas esta questão sexual é apenas o ponto de partida para um hilariante filme que, acreditem ou não, é baseado em factos verídicos!

Depois de longos meses de espera enquanto o filme permanecia suspenso numa qualquer prateleira da produtora/distribuidora, eis que alguém assume a iniciativa de lançar o filme – para já apenas na Europa e Ásia (ficando os EUA à espera de uma melhor altura?!?) – e ainda bem!

A História da vida de Steven Russell (Carrey) é realmente merecedora de ser contada no cinema! Vigarista de primeira e artista inigualável na arte de burlar os outros, este outrora pacato polícia do Texas é a prova viva de que, vezes sem conta, a realidade ultrapassa (e de que maneira!!) a ficção.

E se o argumento é de facto inacreditável (ainda para mais sendo verídico!) que dizer do desempenho de Jim Carrey? A caminho dos 50, o actor canadiano apresenta-se na sua melhor forma, num registo contido (ainda para mais nas circunstâncias em que se encontrava), emotivo, bem-humorado, explosivo. Numa palavra, competentíssimo!

Depois da sua estreia no Sundance Festival de 2009, o filme andou como que perdido (e dá para perceber um pouco porquê). Longe de abordar questões ligeiras (e não me refiro somente à questão sexual), a grande maioria da intriga desenrola-se em torno de situações que se podem classificar, no mínimo, como politicamente sensíveis!

Mas o cinema também é isto. A coragem para expor situações delicadas e sinuosas em que o bem e o mal se misturam e se disfarçam um do outro!
Até onde irá o conflito moral vivido por Steven? A liberdade de uns termina exactamente onde a liberdade dos outros começa? ou será um pouco antes?

Steven Russell era já um vigarista “conceituado” quando conhece Phillip Morris (Ewan McGregor) na prisão. A partir desse dia todos os seus golpes passaram a ter um denominador em comum, providenciar ao seu amado a melhor vida possível “dentro e fora das grades”.
E neste seu mundo louco, TUDO é possível!

Recheado de momentos hilariantes e de outros ainda mais chocantes, I Love You … está bem longe de ser um filme consensual!

Para aqueles sem preconceitos e de espírito aberto será um regalo… para os restantes uma experiência indescritível (e inqualificável!).

Há gente para tudo!

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