“Greenberg” de Noah Baumbach
Pois é!
O reversos da medalha, no que diz respeito à qualidade das antestreias desta semana, é precisamente este Greenberg.
De grande esperança no lançamento da carreira dramática de Ben Stiller, o filme de Noah Baumbach acabou por se transformar numa das grandes desilusões da temporada (bem, os críticos portugueses acham que não… mas), deixando-me com muitas dúvidas quanto ao tão divulgado virtuosismo do cinema do realizador nova-iorquino.
Depois da nomeação aos Oscars com The Squid and the Whale (Melhor Argumento Original), Baumbach prosseguiu a sua carreira com o errático Margot at the Wedding (com Nicole Kidman).
2 anos depois surge-nos este Greenberg, um filme que estreia com pompa e circunstância e que vinha rotulado de invulgar e admirável.
Quanto a invulgar não restam dúvidas, já a admiração… tem de ficar ao critério de cada um (ou de poucos!).
Por norma, e facilmente podem comprová-lo ao ler algumas nas minhas anteriores crónicas, sou um entusiasta apreciador do cinema independente, não só pelos riscos que correm mas, sobretudo pela lufada de ar fresco que representam na gigantesca indústria norte-americana de cinema. Infelizmente desta vez, apesar do esforço, não foi possível gostar.
Não critico a falta de estruturação do argumento, nem tão pouco a ávida promiscuidade física e psicológica a que são sujeitos os seus protagnonistas, o que me incomoda, em verdade, é a insipiência com que tudo acontece, como se fosse natural partirmos do nada e ao nada chegarmos…
Ok, percebo que Roger Greenberg é isso mesmo, um quarentão perdido no Mundo e que não se preocupa minimamente em se (re)encontrar mas ser preguiçoso e uma coisa mostrar o que esta(rá) para além disso é obra de um génio e Noah Baumbach e, sobretudo, Ben Stiller, ainda estão longe desse patamar.
Junto a Roger (Stiller), um depressivo recentemente saído de uma clínica em NYC, encontramos o seu amigo de longa data Ivan (Rhys Ifans) e, também, Florence (Greta Gerwig), uma jovem descomplexada que acaba por se interessar por Roger, apesar de ser a assistente pessoal do seu irmão.
Greenberg vive num mundo à parte, onde ter 40 anos e nenhum objectivo de vida é algo totalmente impensável e inexplicável para todos os outros… menos para ele!
Talvez os meus 30 tenros anos não sejam suficientes para encaixar toda esta intensidade dramática ou este existencialismo negativista, talvez a minha personalidade nunca o venha a permitir!
Ou talvez este Greenberg (o filme) seja só mesmo para uns quantos críticos de cinema escreverem bem a seu respeito e se acharem superiores ao resto da malta.
De qualquer das formas, não gostei!
As antestreia também servem para isto… para não gastarmos dinheiro a ver filmes que não o merecem!
Há gajos com sorte… não há?!?
ok, margot e o casamento é exatamente "errático" como você diz (rs..), massss….. ai, os filmes do noah sempre acabam me tocando. Nem a lula e a baleia vc pode dizer que foi estupendo, mas o ritmo dele (noah) é muito peculiar. Claro que Greenberg tem lacunas, mas também tem seus ENORMES momentos. E eu acho que esse cinema industrial de hoje em dia tem ALERGIA a qualquer tipo de lacuna. Eu particularmente sou fã das lacunas. E gostei bastante de O Solteirão 🙂