“Uma Noite Atribulada (Date Night)” de Shawn Levy

Antes demais pedir desculpa pelo atraso nos comentários mas outros afazeres têm-me levado algum do tempo e disponibilidade que normalmente alocava à escrita cinéfila!

Quando no mês passado ouvi, pela 1ª vez, falar deste “encontro” entre 2 dos mais prestigiados actores de comédia da TV norte-americana, algo de familiar me suou ao ouvido.
Este conceito pareceu-me em tudo idêntico ao que tinha testemunhado na última visita ao Brasil, aquando do visionamento de Os Normais 2…

Depois de ter assistir a este Date Night, duas conclusões me parecem obrigatórias.
1º o poder financeiro da indústria cinematográfica nos EUA é incomensurável.
2º o dinheiro não é tudo! Nem na vida… nem na 7ª arte!

Ainda que seguindo caminhos bem distintos ambos os filmes acompanham as atribulações de um casal cansado e a necessitar de um abanão no seu dia-a-dia corriqueiro, durante a noite mais longa das suas vidas!
Recheados de bom humor e de muita alegria, os filmes acabam por ser também o reflexo de duas culturas bastantes distantes. De um lado a “safadeza” brasileira, do outro o “neurotismo” norte-americano!

Bem, mas foquemo-nos na obra de Shawn Levy.
Juntar, neste momento das suas carreiras, Steve Carrell e Tina Fey na grande tela, deverá representar o suprassumo de qualquer produtor/realizador/amante da comédia norte-americana. Provavelmente os seus 2 maiores representantes da actualidade, assumem o papel de marido e mulher num filme que tinha tudo para se tornar no grande fenómeno da primavera cinematográfica deste ano… mas que infelizmente fica um pouquinho aquém das expectativas!

Mas não se deixem enganar por este velho rezingão! O filme é mesmo de arrebentar pelas costuras de tanto rir, eu é que começo a armar-me em importante e a achar que não basta ser engraçado é preciso cair em graça para ter sucesso… e aí até tenho as minhas razões para duvidar.

Phil e Claire Foster (obviamente, Carrell e Fey) são um casal de nova-iorquinos habituados à comodidade e pasmaceira de um casamento feliz e fiel mas ao qual falta um pouco da emoção e improviso de outros tempos.
Um jantar romântico na cidade e um típico (mas tresloucado) caso de identidades trocadas irá proporcionar-lhes uma “noite de sonho”… é o que dá sonhar alto demais!

De mal entendido em mal entendido, de loucura em loucura, de idiotice em idiotice, os protagonistas proporcionam-nos 1h30 de puro gozo e descontração.
O único senão é que, a certa altura, tudo aquilo parece demasiado improvável e ridículo mesmo para uma comédia norte-americana e, aí, começamos a duvidar de… nós mesmo.

Bem… mas, também, se há quem prefira um Big Mac a um bom fillet mignon acho que não há mal nenhum em idolatrar este filme.

Podia ter sido memorável… este encontro!

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