“Juventude em Revolta (Youth in Revolt)” de Miguel Arteta
Inadmissível!
É o mínimo que posso dizer a respeito da minha demora em publicar este comentário!
Confesso que sou já um fã de Michael Cera desde Juno. Não é propriamente fácil explicar porquê mas aquele ar de nerd que não se preocupa com nada nem ninguém (mas que no fundo tem bom coração) é-me de certa forma familiar…
Desta vez, o jovem actor sobe mais um degrau na longa escadaria até à fama e acrescenta uma faceta maquiavélica ao seu repertório!
O filme pertence-lhe por completo! Cera é tão (pouco) convincente a interpretar Nick Twisp como o seu alter-ego irracional, o metódico François Dillinger. Deste duelo interno nasce um filme que nos surpreende do 1º ao último minuto e que, a momentos, faz-nos largar a mais sonora gargalhada! A certa altura ficamos sem perceber muito bem onde termina cada uma das personagens… e o próprio actor! Mas Cera é isso mesmo, um actor improvável que podia muito bem ser o nosso amigo de longa data…
Mas não se deixem enganar, Youth in Revolt não é propriamente a comédia standard. É bem mais um ensaio sobre crescer, sobre o final da adolescência numa América egoísta, imoral, irracional e demasiado preocupada nas aparências e pouco nas consequências!
A existência de Nick Twisp podia ser igual à de muitos adolescentes (será mesmo assim?). Insegurança, impopularidade, imoralidade e um lar improvável! No entanto, tudo parece mudar quando, num fim-de-semana de exílio familiar conhece a extrovertida, atraente e perigosa Sheeni Saunders (Portia Doubleday).
Perdido de amores por ela Nick está disposto a tudo para viver o Amor de uma vida… mesmo que tudo implique a “criação” de François Dilinger, um inescrupuloso, calculista e narcisista alter-ego que irá “ajudá-lo” a conquistar a sua amada.
Com situações que roçam o moralmente discutível e o teoricamente improvável, Miguel Arteta constrói uma narrativa irascível mas corajosa que deixa-nos a todos de boca aberta! Alternando momentos de bom-humor contagioso com outros de vertiginosa loucura, Arteta estende a palco para que Cera brilhe, ao mesmo tempo que nos faz reflectir sobre a, por vezes, ténue linha que separa o bem do mal.
Esperem apenas… o inesperado!
Os blockbusters de Verão voltam dentro de breves momentos…