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“Robin Hood” de Ridley Scott


Precisamente 10 anos depois de se terem descoberto mutuamente com o fantástico Gladiador, Ridley Scott e Russell Crowe voltam mais uma vez a colaborar (pela 5ª!! vez) nesta arrojada incursão pelo mais famoso herói de arco e flecha!

Esqueçam os collants, a vida na floresta de Sherwood ou a eterna divisa de “roubar aos ricos para dar aos pobres”. Este Robin Longstride é, precisamente, o Homem por detrás da lenda!
Antes de ser amado pelas massas e odiado pelos poderosos, Robin era um arqueiro do exército britânico em campanha no norte de França, sob as ordens do mítico King Richard, Coração de Leão.

Fugindo ao cenário natural das outras versões que exploravam o lado mítico da lenda, Scott teve a liberdade para construir um enredo inventivo e assertivo, optando pelo realismo em favor da fantasia… aliás em linha com a tendência vigente em Hollywood.

É de facto saboroso ir percebendo como o realizador optou por enquandrar as personagens que já conhecemos, dando-lhes um passado e uma história diferente. O único senão é que apesar da mestria de Mark Strong em fazer papéis de vilão, o seu Godfrey não se encaixa necessariamente neste quadro montando por Brian Helgeland. E sem um opositor à medida Russell não alcança o brilhantismo de outro tempos…

Como até os habituais vilões de Robin Hood estão ainda em fase de amadurecimento, foi necessário introduzir um arqui-inimigo novo que trouxesse alguma tesão para o filme. O enredo em seu redor até tem o seu quê de tenebroso mas Godfrey parece mais um maluco sem destino do que o estratega cauteloso que se esperaria.

Com isto o filme acaba por perder alguma consistência e algum enfoque, dispersando-se por entre diferentes batalhas e enredos que o tornam demasiado extenso e previsível. Mas não me interpretem mal. O talento de todos dos principais intervenientes permanece intacto e visível… apenas fica a ideia que poderiam ter chegado bem mais além!

Uma última referência para a presença de Cate Blanchett como Lady Marion, uma actriz grandiosa que, a exemplo dos seus colegas, não tem aqui possibilidade de demonstrar todo o seu talento.

Não será certamente o grande fenómeno que muitos esperaria mas está também longe de ser o fracasso que os mais sádicos desejariam. É um filme que preenche os requisitos mínimos… o que hoje em dia até pode querer dizer muito!

E fica sempre no ar a hipótese de terem criado um novo franchise!
ainda que desconfie do interesse de Russell Crowe em permanecer ligado a um tal projecto!

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