“Stone – Ninguém é Inocente” de John Curran
Que erro enorme ao apresentá-lo como Destaque da Semana!
Edward Norton (e até certo ponto Robet De Niro) não tem culpa nenhuma, mas o filme é uma desilusão imensa!
John Curran passou a constar da minha lista de realizadores talentosos depois do intenso e exótico Painted Veil… mas parece que vou ter que rever essa classificação!
Em Stone, estraçalha por completo um filme que, à partida,
parecia ter tudo para ser uma obra impactante. Não é todos os dias que tenho o discernimento (e o tempo!) para observar, durante o próprio filme, que a obra final é algo totalmente diferente daquilo que podia/devia ter sido!
Recheado de intensos diálogos, um imenso suspense psicológico e uma ambiguidade desconcertante, o filme perde-se totalmente por entre um fundamentalismo religioso que serve de suporte a um certa passividade e espiritualidade das personagens que apenas contribui para a diluir qualquer tentativa dos protagonistas em tornar o seu empenho numa obra memorável.
Jack (De Niro) está muito próximo da entrar na reforma mas antes de entregar os seus dossiers falta-lhe apenas concluir o processo de Stone (Norton). Responsável pelo parecer final no processo de liberdade condicional desde jovem delinquente, Jack vê-se surpreendido pela presença (assídua) da namorada (Milla Jovovich) de Stone, uma jovem sedutora com sérios problemas morais e comportamentais.
Até quando irá Jack suportar o assédio… de ambos?
Bem, mas no final, o filme não tem nada a ver com este preâmbulo. Sem rumo e sem norte, Curran opta por seguir em ritmo freestyler, deixando-nos completamente perplexos quanto ao resultado final.
Não é hábito desde blog estender-se assim tanto quanto ao desenlace de um filme mas, mesmo perante aquela postura de “esperar o inesperado”, nada nos prepara para que vai acontecendo… ou seja, nada!
Saímos pior do que o que estávamos (quando o filme começou), criámos fortes expectativas para nada, em suma, que forte amargo na boca que fica!
Quanto à pipoca, ela vai toda para Edward Norton …indubitavelmente o melhor actor da sua geração!