“O Amor é o Melhor Remédio (Love and Other Drugs)” de Edward Zwick
Na primeira vez que Hathaway e Gyllenhaal contracenaram juntos corria o ano de 2005 e ao mesmo tempo que Brokeback Mountain quebrava preconceitos, o filme tornava ambos os actores em figuras incontornáveis da 7ª arte.
5 anos mais tarde, apesar de tudo, o registo é bem mais leve e descontraído mas a química mantém-se inalterável!
Sem receio de utilizar uma linguagem provavelmente considerada imprópria (por alguns!), o filme acaba por ser muito terra-a-terra, revelando problemas e desejos comuns a qualquer jovem na flor da idade.
Se a dupla de protagonistas parece consideravelmente à vontade neste registo bem-humorado, a maior surpresa será o nome do realizador. Edward Zwick habituou-nos, ao longo da sua já longa carreira, a um cinema intenso, dramático e necessariamente violento, graças a clássicos como Glory, ou, mais recentemente, The Last Samurai (com Tom Cruise), Blood Diamond e Defiance.
Vê-lo agora à frente do leme de um filme nomeado ao Golden Globe para Melhor Comédia/Musical, desperta obrigatoriamente a nossa maior desconfiança. Pois bem,… mais um preconceito que caiu por terra!
Quando se é tão talentoso, géneros, estilos ou hábitos não podem ser condicionantes no mundo do cinema… e Zwick demonstra que a versatilidade terá de ser mais um atributo a juntar à sua longa lista de qualidades!
Dito isto, resta dizer que em época de Oscars, em que por norma os cinemas são “invadidos” por obras mais sérias e artísticas, é realmente um prazer assistir a um filme como Love and Other Drugs!
Repleto de situações hilariantes e algumas bem sentimentais, o filme acompanha o início de vida de Jamie, um jovem bon vivant (Gyllenhaal) habituado a levar a vida com grande descontracção… e muita sacanagem!
No entanto, o seu novo emprego como delegado de informação médica da Pfizer irá levá-lo a conhecer Maggie (Hathaway), uma jovem mulher à sua altura.
De um início desinibido, a relação entre ambos irá evoluir, com os normais tropeções e percalços que a vida lhes prepara, especialmente perante a doença que apoquente o presente e, sobretudo, o futuro da jovem artista.
É com plena leveza que entramos no filme mas não deixa de ser com algum amargo que acompanhamos a sua história e esperamos pelo seu desenlace.
Sem dúvida um filme para quem procura 2h de entretenimento, recheado de tiradas hilariantes e alguns momentos bem pessoais. Tudo muito bem conjugado e com elevado bom gosto!
Em suma, uma das melhores comédias românticas dos últimos tempos!