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“Cisne Negro (Black Swan)” de Darren Aronofsky


De menina-actriz, a mulher premiada! Numa simples frase resume-se os últimos 15 anos da vida de Natalie Portman.

Corria o ano de 1994 quando a jovem actriz deslumbrava pela 1º vez ao lado de Jean Reno, em Léon – O Profissional! De lá para cá, entre blockbusters (Star Wars) e obras mais intimista, a actriz de origem israelita construiu uma carreira deveras diversificada e… certeira!

Prestes a completar 30 anos (e a ser mãe pela primeira vez), a franzina actriz aproveita de forma brilhante o palco que Darren Aronofsky preparou para si, para “arrancar” um desempenho irrepreensível, num filme altamente complexo mas que se desenrola com surpreendente ligeireza.

Se muito do mérito de uma obra difícil e sombria terá que ir para Portman, ao encarnar com perfeição tamanha fragilidade e instabilidade, Aronofsky tem inegavelmente direito ao seu quinhão de reconhecimento!
O realizador de The Wrestler volta a mostrar todo o seu talento, ao desenvolver com mestria uma história com fortes contornos psicóticos mas que nunca perde o rumo.

Prestes a iniciar-se a nova temporada da Companhia de Bailado de Nova Iorque, as expectativas de Nina Sayers (Portman) em tornar-se na protagonista do novo espectáculo encenado por Thomas Leroy (Vicent Cassel) – e assim assumir o duplo papel de White e Black Swan – começam a reflectir-se na sua estabilidade emocional (e psicológico).
O início dos ensaios, a chegada de uma nova rival (Mila Kunis) e o papel ultra-protector da sua mãe (Barbara Hershey), farão com que Nina inicie um longo e depressivo processo de emancipação.
A elegância e perfeição do Cisne Branco e a força e raiva do Cisne Negro, quando conjugados numa só bailarina, poderão ser um fardo demasiado pesado para uma menina com sérias dificuldades em distinguir a realidade… da fantasia!

Brincando com a ténue linha que separa a realidade, com a verdade que sentimos através dos nossos olhos (e demais sentidos), Aronofsky mantém-nos em constante estado de incerteza perante a veracidade dos factos que observamos. No entanto, ao contrário de tantos outros cineastas (artistas de convicção!), o realizador nova iorquino demonstra um talento distinto para conjugar todas as partes e “oferecer-nos” um desenlace memorável!

Em suma, Black Swan é um dos grandes Filmes do Ano, repleto de locais sombrios e desconfortáveis (tanto física como psicologicamente) mas igualmente mágicos e de uma luminosidade deslumbrante!
Portman dificilmente lhe verá fugir o Oscar enquanto Aronofsky alcançará, certamente, um novo patamar de consagração, pelo seu inestimável talento!

Curiosamente o seu próximo trabalho deverá ser The Wolverine (a sequela do héroi de X-Men), novamente protagonizado por Hugh Jackman.
Ora aí está um desafio interessante (e completamente diferente!) para se perceber até onde irá o engenho de um realizador mais habituado a obras intimistas (vulgo, de autor).

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  1. Nun0B. diz:

    Excelente crítica. Concordo inteiramente com ela 😀

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