“Época das Bruxas (Season of the Witch)” de Dominic Sena
Esta história das antestreias tem destas coisas!
Sem outra opção, arriscámos (quase de olhos fechados!) num filme que, logo à partida, deixava muitas dúvidas!
E não é que tínhamos razão!
Nicolas Cage parece, nos dias que correm, não acertar uma! Já vai longa a lista de filmes “desnecessários” (sendo The Ghost Rider o seu expoente máximo!). O que o salva é que a sua produção cinematográfica é de tal ordem vasta que sempre sobra espaço para participar em filmes como Kick-Ass ou no razoável The Sorcerer’s Apprentice.
Desta vez não faz por menos! Season of the Witch é o que se pode chamar de calamidade! Estou certo que os apreciadores do cinema fantástico (no sentido sobre natural na palavra) ainda encontrarão algum valor e realce numa obra nebulosa porém, para o resto do público é simplesmente intragável!
E não falo das cenas viscerais, das impossibilidades espirituais ou da religiosidade exacerbada do filme. O que é mesmo intragável é o argumento básico e simplório a lembrar uma qualquer obra amadora e esforçada!
Pior que isso é que quem vê o trailer e/ou os primeiros 10m do filme, ainda fica com a expectativa de ver uma obra consistente e equilibrada mas passada essa ilusão inicial, aquilo nem série Z é!
Verdade seja dita, Cage e Ron Perlman ainda tentam transmitir alguma qualidade à obra de Dominic Sena mas o realizador de Gone in Sixty Seconds e Whiteout está numa onda bem diferente. E quando tenta o twist a coisa ainda fica mais embaraçosa!
Época medieval, Cage e Perlman desempenham o papel de 2 cruzados com crescentes dúvidas sobre a legitimidade da igreja católica, na sua guerra pela “liberdade” (religiosa). O seu caminho de redenção irá levá-los a uma isolada aldeia, onde são intimados a transportar uma prisioneira – acusada de bruxaria – até ao Mosteiro mais próximo, para ser julgada.
No entanto, são muitos os espinhos nessa viagem traiçoeira e, mais que tudo, a fé de cada um será colocada em questão!
Não sei que mais vos diga! Não serei demagogo ao afirmar que mais valia não ter ido ver o filme. Como apreciador de cinema (de forma vasta e despretensiosa) todas as experiências são enriquecedoras e valorizadas mas às vezes penso que mais valia não me armar em cinéfilo e ter ficado em casa a ver a bola…
Espera lá… mas se o “defeito” for meu, avisem, ok!?!