“Rio” de Carlos Saldanha
De volta ao Rio de Janeiro… e por uma bela razão!
Depois de aventurar-se pela pré-história (com o franchise Ice Age), Carlos Saldanha volta… a casa, para partilhar, com todo o mundo, a sua “cidade maravilhosa”!
Pleno de cor, ritmo, alegria e muito calor humano, o realizador brasileiro revela o que de melhor tem o seu país! Ainda assim, o filme não será um pretensioso conto de fadas, chamando igualmente a atenção para algumas das malapatas que contrastam com esse constante clima de festa!
Rio acompanha a aventura de uma arara azul, totalmente domesticada e a viver no Minnesota(!), que em nome da preservação da sua espécie viaja com a sua dona para… o Rio de Janeiro! Mas Blu não é uma ave qualquer e quando exposto à vida “selvagem” terá extrema dificuldade em adaptar-se a um ambiente tão distinto.
Só uma série de novos amigos e Jewel, uma fêmea da sua espécie, serão capazes de despertar em Blu o seu verdadeiro instinto!
Para quem já percorreu as ruas, praias e morros do Rio de Janeiro, Rio é quase um sonho onírico de uma realidade que mais do que ver-se, sente-se!
Por muito metafórico que possa parecer, o filme desperta em nós uma enorme vontade de ter asas e percorrer os céus de uma cidade, indiscutivelmente, MARAVILHOSA!
Saldanha, como ninguém, tem a soberba habilidade para explorar os principais atributos de uma cidade que, por entre brumas e sombras, tem a capacidade de encantar e arrebatar todos aqueles que a deixem entrar pelo seu coração!
Para além da obra cinematográfica, Rio é um postal ilustrado (a cores berrantes e sons contagiantes) de uma cidade resplandecente e fascinante!
Um filme electrizante e doce!
E nunca pensei em vir a dizer (ou escrever) isto mas optem pela versão portuguesa!! Há um ou outro sotaque (brasileiro) que deixa muito a desejar mas mil vezes um português adocicado do que um inglês esforçado a sair da boca (e do bico) dos protagonistas!