“Arthur” de Jason Winer
No início da década de 80, Arthur ajudou a imortalizar a carreira de Dudley Moore. Quase 30 anos depois Russell Brand (Get Him to the Greek, Forgetting Sarah Marshall) tenta transformar a sua em algo mais do que um (hilariante) monte de loucuras e obscenidades… infelizmente, temo que ainda não será desta!
Curiosamente o papel de Arthur Bash parece cair que nem uma luva a Russell. Mesmo faltando-lhe a parte de bilionário, o actor inglês vive (ou aparenta viver) segundo os paradigmas do seu alter-ego, i.e., muita bebida, muitas festas e loucuras e pouco juízo!
E talvez esteja aí o problema! A certa altura perdemos a noção onde termina Russell e onde começa Arthur… tais as suas semelhanças!
Quanto às suas coadjuvantes destaque para o (inesperado) àvontade de Greta Gerwing, menina mais habituada a um outro estilo de cinema e para a enorme Helen Mirren que faz tão bem de rainha como de lacaina!
Quanto a Jennifer Garner, a moça parece um pouco deslocada a situação, tentando parecer séria mas revelando-se a mais desgovernada das personagens/actrizes.
Apesar dos seus 30 anos, Arthur (Brand) permanece um menino mimado e desordeiro mas com um acentuado deficit de atenção maternal. Herdeiro de uma imensa fortuna, as suas recorrentes trapaçadas e a crescente dificuldade de Hobson (Mirren), a sua ama, em controlá-lo, levarão a sua mãe (Geraldine James) a obrigá-lo a casar com Susan (Garner), sob pena de lhe retirar todo o dinheiro.
Mas entretanto Arthur apaixona-se por Naomi (Gerwing), uma humilde e bem-disposta guia turística, e será obrigado a ponderar muito bem o que pretende para o seu futuro, antes de cometer mais alguma loucura.
Apesar da loucura a que a personagem obriga, Dudley conseguia acrescentar-lhe um carisma e uma graça que (ainda) escapa a Russell. Tendo nascido a ver e rever as desventuras de Arthur na TV, sinto (no máximo!) uma imensa nostalgia pela figura criada pelo falecido actor.
Temos algumas cenas brilhantes/hilariantes mas, no seu computo geral, falta ao filme uma unidade que ajude a perceber quem foi, quem é e quem será Arthur Bash!
Claro que a tudo isto não será alheia a inexperiência de Jason Winer. Na sua estreia na 7ª arte, o jovem realizador que deu nas vistas com a série Modern Family, parece algo perdido ao tentar domar uma figura tão imprevisível…
Aparentemente Russell Brand saiu-se muito melhor esta Páscoa a dar voz a E.B., o coelho protagonista de HOP. Será que encontrou aí, a fazer de coelhinho, a sua verdadeira vocação?
Ups! Algo me diz que esta frase não me saiu assim tão bem quanto isso…