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“O Castor (The Beaver)” de Jodie Foster


Tenho um sério problema com (auto-)depressões!
Custa-me a perceber como uma pessoa pode deixar-se levar por tamanho imbróglio sem um motivo forte que a arraste para esse estado de espírito perigoso!

No cinema, a questão não muda de figura! Quando vejo personagens que sofrem e tentam revitalizar-se depois de um choque intenso, sinto a maior das compaixões! Quando as pessoas simplesmente perdem o norte sem qualquer motivo… fico indiferente!

Walter Black tem o talento de demonstrar, aos mais esquecidos, que Mel Gibson é um actor de enorme talento (por muitas asneiras que faça da sua vida privada!). Mas The Beaver tem, também, o desconforto de demonstrar que Jodie Foster não tem assim tanto talento como realizador e, especialmente, que não tem talento nenhum para actuar nos seus próprios filmes!

Palavras duras para a maior actriz da sua geração mas é esta a sensação que fica depois de menos de 1h30 de um filme que parece ter tudo para ser grandioso mas que se fica por atalhos inexplicáveis, assuntos pendentes e uma cadência típica de um qualquer filme para adolescentes, i.e. tudo acontece rápido demais e sem o devido enquadramento!

Para além de Gibson e Foster, há a realçar a confirmação de novos jovens actores que, cada um à sua maneira, tem confirmado talento e adaptabilidade a diferentes géneros. Jennifer Lawrence (Winter’s Bone, X-Men: First Class) e Anton Yelchin (Terminator: Salvation, Star Trek) constróiem duas personagens interessantíssimas em pouco mais de 5m de tela mas que não têm o devido reconhecimento na sala de montagem!
A sua história e a sua relação merecia outra atenção e outro cuidado, ao invés o filme foca-se por completo no comportamento degenerativo de Walter e da sua peculiar “relação” com um peluche, em forma de Castor…

Walter Black (Gibson) tem a vida ideal! Uma mulher (Foster) que o ama, dois filhos que o idolatram e um emprego, como presidente de uma empresa de brinquedos, que o completa. Seria tudo perfeito se Walter não estivesse afundado numa enorme depressão que afasta todos os que o rodeiam e arrasta-o para uma existência sem significado.
Mas tudo parece mudar quando um Castor, de peluche, atravessa-se na sua vida e lhe transmite algum rumo. Falta saber como será depois… o seu regresso à “normalidade”!

É tudo demasiado rápido, demasiado monótono, demasiado vago. Gibson parece sentir-se que nem um peixe dentro de água num registo tão peculiar e introspectivo mas para nós, que estamos do lado de cá da tela, a água parece demasiado turva e instável!

Fica longe das expectativas criadas (durante o próprio filme) apesar de um desenlace imprevisível e coerente!

Não me convenceu…

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