“Trust – Perigo Online” de David Schwimmer
Não há como contornar a questão!
Trust é uma obra OBRIGATÓRIA para todos os pais e altamente recomendada para os filhos (adolescentes) que pensam saber tudo da vida!
David Schwimmer, mais conhecido pelo papel de Dr. Ross na mítica série Friends, prossegue a sua tímida carreira como realizador com um filme que promete levantar séria discussão em torno dos riscos que o acesso livre à internet pode acarretar (para os mais jovens)!
De forma emotiva mas de igualmente fria e (até) cruel, o jovem realizador ataca frontalmente qualquer tentativa em estereotipar agressores e vítimas, apresentando-as como pessoas iguais às que nos rodeiam diariamente!
Ao contrário do comummente aceite, grande parte das vezes as ameaças vêm do lugar (e da pessoa) mais natural e imprevisível, “atacando”, até mesmo, aquelas que aparentemente seriam as presas mais inesperadas!
A pacata e terna vivência de uma família quase perfeita é brutalmente afectada quando a filha adolescente (Liana Liberato) é sexualmente agredida por um predador com quem estabeleceu uma relação online.
Os pais (Clive Owen e Catherine Keener) totalmente apanhados de surpresa sentem-se impotentes para lidar com uma situação tão complexa e violenta como a que atravessam como família e nem mesma a ajuda da psicóloga (Viola Davis) e do agente do FBI encarregue do caso (Jason Clarke) parece ajudar no impensável regresso à normalidade (possível)!
Para além do tenebroso desempenho de Chris Henry Coffey, será imprescindível destacar a autenticidade da jovem Liana Liberato que nos faz compreender, de forma dolorosa, o que a sua personagem vive e sente ao longo de todo o filme!
Quanto aos pais maior destaque para Keener do que para Owen, demonstrando que esta (ainda) não será “a onda” de um actor bem mais à vontade em registos mais físicos e explosivos.
Neste caso tudo se resume, precisamente, à lenta implosão de que é alvo a jovem Annie. Schwimmer não tem receio ao expor a sua protagonista, dando-lhe espaço para crescer e para amadurecer mas sempre de câmara apontada a ela, tentando perceber o que ela verdadeiramente sente…
Somos TODOS apanhados desarmados e enquanto cada uma das personagens tenta recompor-se à sua maneira, nós ficamos sozinhos a pensar como reagiríamos (perante igual situação)!
É um filme que fere, que assusta mas, acima de tudo, que alerta para uma realidade que será certamente bem mais próxima do que aquilo que sobranceiramente queremos admitir.
Fica o alerta…
Já agora fica só uma pequena correcção: o David, em "Friends", faz de Ross e não Russ:) "Friends" fangirl, não resisti:) Gostei do filme;)