“As Aventuras de Tintin: O Segredo do Licorne (The Secret of the Unicorn)” de Steven Spielberg
Já lá vão quase 30 anos desde que Spielberg pôs a mão (pela 1ª vez) nos direitos de adaptação para cinema, da famosa obra de Hergé!
De lá para cá muita água correu debaixo da ponte e a tecnologia tornou possível os sonhos até do mais ousado dos artistas (que o diga Peter Jackson… ou James Cameron).
Foi precisamente graças ao trabalho desenvolvidos por estes 2 revolucionários (aos quais se pode juntar o nome de Robert Zemeckis) que Spielberg pôde finalmente concretizar o seu desígnio.
Do ponto de vista visual, o filme é realmente incrível! Para quem nasceu a ler (a BD) e a ver (na TV) as aventuras do intrépido jornalista, esta transposição para a 7ª arte é o concretizar de um imaginário colectivo. Ao fim de 5… segundos ficamos completamente rendidos à qualidade das imagens que nos passam diante dos olhos (3D incluído!). São pequenos detalhes, grandes proezas e um novo caminho que se abre nas adaptações da BD ao cinema.
Mas Spielberg é, acima de tudo, um magnífico contador de histórias. E muito embora The Secret of the Unicorn não seja nenhum preciosismo argumentativo, tem a capacidade de, em meia-dúzia de cenas, nos apresentar e nos prender a uma história com todos os condimentos de aventura, coragem e curiosidade… atributos que permitiram a Tintin tornar-se num herói amado por todos e invejado pelos mais audazes!
Numa verdadeira volta ao mundo (de Tintin) ficamos a conhecer as mais importantes personagens, o seu fiel companheiro, Milu, e alguns dos cenários e objectos que marcaram a sua História.
Neste 1º capítulo ficamos a perceber como Tintin (Jamie Bell) conheceu o Capitão Haddock (Andy Serkis), a sua relação com os inspectores da polícia, Dupont (Simon Pegg) e Dupond (Nick Frost) e a cumplicidade com Milu (um fenómeno da tecnologia actual!).
Acompanhamos Tintin na sua busca por um tesouro perdido fugindo a constantes perigos, desvendando diferentes enigmas e escapando às garras do maléfico Ivanovich Sakharine (Daniel Craig). Por terra, mar e ar, desertos, oásis e cidades ancestrais viajamos até uma era muito própria que combina alguns dos principais marcos do século XX, com a extraordinária imaginação de Hergé.
Tal como sempre aconteceu, Tintin é uma obra para toda a família! Com a irreverência necessária para cativar os mais graúdos mas, igualmente, com a inocência certa para encantar os mais pequenos, este 1º capítulo é, acima de tudo, a garantia que teremos muitas (pelo menos mais 2) mais aventuras para partilhar.
Talvez não deslumbre completamente como os mais exigentes tem o descaramento de exigir mas dificilmente alguém terá a “coragem” de se sentir, de maneira alguma, decepcionado!
The Secret of the Unicorn marca, também, a 1ª vez que uma grande produção norte-americana tem a sua estreia no resto do Mundo, antes de estrear nos EUA, (apenas a 21 de Dez). Claro que tudo tem uma justificação e o ténue reconhecimento de Tintin em terras do Tio Sam, “obriga” a que o filme ganhe a consideração e o afecto do público e crítica antes de se aventurar internamente.
Depois do duplo The Hobbit, Peter Jackson assumirá a cadeira de realizador para o 2º capítulo… mal podemos esperar!!!