“A Toupeira (Tinker, Taylor, Soldier, Spy)” de Tomas Alfredson
É suficientemente misterioso e sombrio para fazer justiça à fama de John le Carré (o autor do romance em que o filme é baseado) mas falta-lhe chama para deixar a sua marca no mundo do cinema…
Como não podia deixar de ser o filme recupera os míticos tempos da Guerra Fria onde os espiões e os Serviços Secretos de países como o Reino Unido, a União Soviética ou os Estados Unidos da América ditavam o rumo dos acontecimentos.
Ninguém era inocente, nem insuspeito e por detrás de cada segredo havia sempre múltiplas versões e interpretações.
Quando o MI6 começa a desconfiar que um espião-duplo (uma Toupeira) está há muito infiltrado na sua estrutura principal, convence o veterano agente Smiley (Gary Oldman) a interromper a sua antecipada reforma para descobrir quem afinal trabalha para inimigo – os russos!
Cada um dos “peões” (Tinker, Taylor, Soldier e Spy) pode ser o responsável pelas inúmeras fugas de informação que colocam em risco diariamente vários agentes do terreno ingleses. Até quando conseguirá ele enganar os seus mais próximos colegas?
A recriação de época é irrepreensível, o desempenho dos protagonistas de elevadíssima qualidade (em especial Oldman!) e o enredo suficientemente complexo para nos manter à toa, durante grande parte do filme. Curiosamente, Tomas Alfredson – o realizador de Let the Right One In – acaba por se revelar o elo menos forte desta equação.
Depois do sucesso de crítica que foi a sua anterior obra, era grande a expectativa em redor do realizador sueco mas falta brilhantismo a um filme que parecia rotulado de memorável.
Mark Strong, Jon Hurt, Toby Jones, David Dencik, Ciaran Hinds, Colin Firth, Tom Hardy e, obviamente, Gary Oldman, tornam-o numa obra obrigatória neste época de prémios, pena é que tenha ficado TÃO perto de arrebatar muitos deles!
Destaque igualmente para a arrepiante banda-sonora da autoria de Alberto Iglesias (habitual colaborador de Almodóvar). Simplesmente brilhante… e merecedora de um(a nomeação aos) Oscar(s)!
Tudo isto torna-o, muito provavelmente, no Melhor Filme Inglês do Ano…
OST