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“Melancolia (Melancholia)” de Lars Von Trier


Antes de ir ver o filme tinha lido algures que Melancholia “era um filme sobre depressão, mas que não era deprimente”… PURA MENTIRA!

Tenho de vasculhar amplamente na minha memória para recordar outro momento em que tenha dado por mim a olhar para as paredes da sala em vez de olhar para a tela.
O filme arrasta-se, arrasta-se e arrasta-se quase tanto quanto Justine durante a larga maioria do filme e só ganha “vida” quando também ela parece acordar da sua longa sonolência, a tempo de contemplar o desenlace final.

Lars von Trier que me perdoe (se quiser nem o faça!) mas não entendo (DE TODO!) o porquê do filme ter ganho o prémio máximo do Cinema Europeu! Como vimos precisamente no último filme aqui comentado (Drive), arte não necessita obrigatoriamente de ser sinónimo de “doença”.

E se o realizador dinamarquês nos fez o favor de dividir o filme em duas partes: Justine e Caire, o melhor que temos a fazer é constatar que a primeira de pouco serviu e que a segunda… serviu pouco.

Durante o interminável casamento, Justine (Kirsten Dunst) permanece alheada de tudo e de todos, como que uma inconstante burguesa que se esconde por detrás de uma depressão mal esclarecida. Essa condição permite-lhe a mais incoerentes acções e os comportamentos mais duvidosos que ganham forma apenas perante o resultado final.
Já durante Claire, a 2ª parte do filme que assume o nome da irmã de Justine (interpretada por Charlotte Gainsbourg) acompanhamos, algum tempo depois do casamento, o dia-a-dia dos principais protagonistas enquanto estes tentam habituar-se à incómoda presença de um enigmático planeta azul, denominado de Melancholia.
Lá longe (de todos), Justine e Claire funcionam como a antítese uma da outra… criando um improvável e delicado equilíbrio.

Ambas as partes desenrolam-se, por completo, numa magnífica mansão palaciana (com direito aos seus 18 buracos, como a personagem de Kiefer Sutherland gosta tanto de lembrar) que funciona ao mesmo tempo como elemento claustrofóbico e de descrição do vazio que percorre os protagonistas da história. Demasiado simplista para o meu gosto…
E quanto ao desempenho de Kirsten Dunst, custa-me apreciar actores que se limitam a fazer de doentinhos/coitadinhos!

Não gostei será sempre um eufemismo perante uma obra que custa (literalmente!) a passar…
Bem, pelo menos sempre é um pouquinho melhor que Dogville… esse não consegui ver até ao fim!

Lars von Trier é um artista (ouvi dizer!) mas aparentemente a sua arte não agrada a todos… e depois há aqueles que a rejeitam como tal!

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