“O Deus da Carnificina (Carnage)” de Roman Polanski

Carnage é um pequena pérola!

Junta-se 4 actores de enorme talento, um realizador em estado de graça (apesar dos seus problemas com a justiça norte-americana), a sala de um pequeno apartamento nova-iorquino (apesar do filme ter sido rodado em Paris) et… violà!

Foster e Reilly interpretam o casal remediado, Winslet e Waltz o casal empertigado. Uma briga entre os filhos de ambos os casais irá juntá-los no tal apartamento e a partir daí é só deixar soltar a língua… de todos!
A pequena reunião informal começa de sorriso amarelo em cada boca e termina na mais louca euforia…

Durante 80 minutos (sim, o filme não cumpre a elementar 1h30) rimos, choramos, berramos e sofremos com os 4 protagonistas.
Somos colocados bem no meio da discussão. É impossível tomar partidos ou criticar qualquer um deles. Os nervos estão à flor da pele e à mínima provocação ninguém consegue resistir a “espetar a faca”!

Polanski dá liberdade aos actores para seguirem o seu rumo e interagirem com enorme à vontade. Carnage parece, em última instância, um encontro de amigos (ou inimigos?). Debatem-se hábitos, educações, convicções e manias. Num misto de ironia e sarcasmo os dois casais assumem defesas e armas de ataque e quando os pares são desfeitos, aí o filme entra num outro patamar.

Ainda existem comédias inteligentes!
Mesmo que não nos levem a lugar nenhum, deixam-nos perceber que as nossas vidas não serão assim tão diferentes umas das outras. Quem não se identifica com um (ou mais) dos protagonistas?

Não sei se será suficiente para chegar aos Oscars. Para já valeu a Foster e Winslet nomeações aos Golden Globes (nas categorias de Comédia/Musical).

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