“Transgressão (Trespass)” de Joel Schumacher
Talvez os nomes envolvidos obrigassem a exigir muito mais do filme, ainda assim, não será tão mau como muitos o classificam.
Longe dos tempos áureos do início do milénio, Nicolas Cage, Nicole Kidman e o realizador Joel Schumacher já não agregam, em torno de si, o consenso artístico a que estavam habituados (diga-se em abono da verdade que também não fazem muito por isso!).
Dito isto, Trespass é um razoável thriller com as suas lacunas (sobretudo ao nível da construção das personagens) mas, também, com algumas agradáveis surpresas que peca, sobretudo, por um final demasiado insosso… quando se pedia um pouco mais de talento e imaginação para rematar um enredo minimamente competente.
Sem correr grandes riscos, com uma realização linear e elementar, o veterano realizador nova-iorquino segue à risca a “antiga” cartilha do cinema…. não acrescentando nada de novo ao género nem às carreiras do duo de protagonistas, nem, tão pouco, à sua!
Nicolas Cage é Kyle Miller, um workaholic especialista no comércio de diamantes que abusa da sua lábia para tentar levar a sua avante. Porém, o seu ritmo de vida tem prejudicado a sua vida familiar. Sarah (Nicole Kidman), a sua mulher, parece cada vez mais distante e insatisfeita enquanto a adolescente filha de ambos(Liana Liberato) tem dificuldade em respeitar a sua autoridade.
Mas tudo fica um pouco mais confuso quando um peculiar grupo de bandidos irrompe pela sua casa e coloca-os a todos reféns, exigindo todo o seu dinheiro… e os diamantes. O que eles não estavam à espera era da postura de Kyle…
Enquanto o duelo entre refém e sequestradores se adensa, segredos são revelados e confianças são postas em causa. Durante quanto tempo esta frágil relação de forças se manterá?
Como obra de entretenimento, tipo pastilha elástica, Trespass acaba por cumprir a sua função. Permite que durante 1h30 esqueçamos as amarguras do dia-a-dia e, no final, ainda temos o “bónus” de não levar trabalho para casa… é que depois de martigado é só deitar fora!
A única decepção é mesmo perceber que Nicolas e Nicole (ainda) têm talento de sobra para fazer mais e (muito) melhor. Já Schumacher ou bem que se renova ou…
Vê-se!