“Jovem Adulta (Young Adult)” de Jason Reitman
Charlize Theron como nunca a vimos antes!
A nomeação aos Golden Globes (como Melhor Actriz – Comédia/Musical) já deixariam antever uma grande performance da bela actriz sul-africana, só não seria de esperar tamanho sarcasmo e… à vontade!
O argumento de Diablo Cody (vencedora de um Oscar por Juno, precisamente com Jason Reitman atrás das câmaras) é de uma riqueza invejável, desconstruindo por completo o “american way of life” de uma bem sucedida e atraente escritora, anteriormente conhecida como a miúda mais gira (e convencida) do liceu.
Mas aquilo que começa por uma rápida e impiedosa visita à terriola lá do sítio, culmina da forma mais imprevisível possível. Há algo de verdadeiramente trágico(-cómico) em Mavis Gary!
Num momento de puro devaneio uma bem sucedida(?) mulher (Theron) de Minneapolis decide regressar á sua terra natal para reconquistar o seu antigo namorado (Patrick Wilson), agora um homem (bem) casado e pai de um recém-nascido.
Mavis não tem propriamente um plano. A sua ideia é mesmo resgatar o seu antigo amor e começar de novo, como se o tempo não tivesse passado!
Em mais uma noite de embriaguez Mavis irá revelar os seus intentos a um ex-colega de escola (Patton Oswalt) que, contudo, pouco poderá fazer para a demover…
Depois de Up in the Air (no qual exponha um fragilizado George Clooney), Reitman volta, então, a colaborar com Diablo Cody, em mais um olhar preciso e sádico sobre uma América que muitas vezes se esquece de olhar para o próprio umbigo, antes de criticar o outro.
Mavis Gary é o retrato típico da adorada ex-cheerleader que se torna numa mulher bem sucedida… pelo menos aos seus olhos! E quando o castelo (de areia) começa a desmonerar-se resta-nos recostar a cadeira e enjoy the show… por muito sádicos que possamos parecer!
Reitman é um realizador de enorme competência. Diablo tem uma escrita demolidora. Theron é uma actriz de grande categoria. Young Adult é a prova que a comédia adulta (made in USA) está viva e recomenda-se!
É verdade que fica aquém das obras anteriores de Reitman mas não deixa de ser um agradável momento!
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