“Lockout – Segurança Máxima” de James Mather e Stephen St. Leger
Obrigações “contratuais” obrigaram-nos a antecipar outros comentários. Mas este Lockout, sinceramente, não merece ficar esquecido!
Guy Pearce é, por ventura, um dos mais injustiçados actores da actualidade. Qualidade acima da média, desempenhos competentíssimos, filmes marcantes mas, por algum inexplicável acaso, papéis sem a relevância que seria de esperar (lembro-me por exemplo de The King’s Speech, The Hurt Locker, L.A. Confidential, Prometheus…).
Neste filme de acção futurista e bem humorado, estas questões são totalmente colocadas de parte. O protagonista de Memento (o magnífico filme que lançou a carreira de Christopher Nolan e do próprio actor) assume, por completo, o protagonismo de um filme que entretém os mais durões mas, em simultâneo, mantém bem disposto o público abrangente.
Pearce tem, inegavelmente, um carisma especial para fazer estas personagens multi-facetadas (um pouco ao estilo de Robert Downey Jr.), conjugando a rigidez de um convincente actor de acção com a lábia de um artista do grande público!
Em Lockout, Pearce desempenha o papel de um agente das forças especiais, acusado de espionagem, a quem é oferecida a possibilidade de redenção caso esteja disposto a infiltrar-se na mais segurança e revolucionária prisão do mundo, de forma a resgatar a filha do Presidente dos EUA (Maggie Grace), retida nas instalações aquando de um motim. Porém, estamos no ano de 2079 e a prisão fica em pleno… espaço!
Não será tarefa fácil mas Snow parece ser, realmente, o Homem indicado para o serviço.
À parte de um ou outro apontamento de ficção-científica e thriller, o filme vive por completo do talento de Pearce para dar vida a esta personagem imaginada por Luc Besson. O produtor francês entregou a direcção do filme a dois estreantes, James Mather e Stephen St. Leger, e, quem sabe, não terá encontrado mais uma talentosa dupla de realizadores.
Longe de se revelar uma obra suprema, Lockout tem o dom de surpreender pela positiva, deixando-nos com bom espírito à saída da sala, cientes que independentemente das suas lacunas, o filme cumpre plenamente os seus objectivos.
Guy Pearce confirma o seu talento e demonstra que merece um lugar de maior destaque em Hollywood… dúvidas houvesse!
Ainda este ano o veremos em Lawless (junto a Tom Hardy e Shia LaBeouf) e no próximo ano entrará no 3º capítulo de Iron Man. Quem sabe se também Ridley Scott não terá para ele outra relevância na mais que previsível sequela de Prometheus! Estou a torcer por ele!