“Prometheus” de Ridley Scott
Depois de tanta antecipação, justificada pelos quase 20 anos de História que agregam o franchise Aliens – 1979 a 1997 – e pelos 15 que separam o último capítulo desta “prequela”, pode-se dizer que Ridley Scott cumpriu a sua parte!!
Eu ainda sou do tempo de ver estrear os (últimos) filmes da franchise no cinema, embora deva confessar nunca tenha tido a coragem ou o estômago para os ir ver ao cinema. Foi em casa, no conforto de um espaço controlado, que me deu a conhecer a Tenente Ripley e os seus amiguinhos de estimação!
É, portanto, a par de toda a franchise que serve de inspiração (e justficação) a este Prometheus que entrei na sala de cinema.
A primeira conclusão que se retira é que para usufruir em pleno do filme será condição sine qua non ter bem presente o que aconteceu nos 4 capítulos de Alien(s), pelo menos de uma forma generalista. Isto não quer dizer que o filme vá alhear – de forma alguma! – os novos fãs, significa apenas que existem pequenos tesouros que apenas podem ser descobertos (ou desfrutados) por quem detenha um conhecimento mais específico. É que Prometheus é, de facto, uma prequela!!
Neste sentido nada melhor que Ridley Scott (o realizador dos 2 primeiros capítulos da série) para dar um novo início aos seres que habitaram os pesadelos de tantos por esse mundo fora. Algumas das questões por responder na altura, encontram agora uma resposta plausível e altamente visual.
Tirando partido da evolução tecnológica – incluindo o 3D! -, o filme dá um novo brilho a esta história clássica do cinema mundial. Há imagens que apenas agora seriam possíveis e, para lá do enredo do filme, são aqueles momentos que perdurarão na História do cinema. Arrisco-me a dizer que será, até agora, uma dos melhores utilizações do 3D, ao nível (senão mesmo superior?) de Avatar e Hugo!
No entanto, todos estes condimentos não bastam nos dias de hoje e, também no elenco, sente-se a preocupação em corresponder às expectativas do público. Noomi Rapace (a original rapariga com a tatuagem de dragão) assume o maior protagonismo e, em meu entender, reside precisamente aqui um dos elementos mais periclitantes do filme. A actriz sueca tem o talento para tamanha tarefa mas há algo que não flui com total naturalidade. Não direi que terá sido um erro de casting mas, sim, um risco significativo! Talvez o tempo me prove errado…
Felizmente a seu lado encontramos um irrepreensível Michael Fassbender (uma actor de enorme talento… se dúvidas houvesse), Charlize Theron, Idris Elba e um irreconhecível Guy Pearce, Actores mais que competentes para levar a bom porto Prometheus!
Estamos no ano de 2089, dois arqueólogos encontram em diferentes pinturas pré-históricas (separadas por milhares de anos) um padrão visual idêntico que parece apontar para a existência de um ser “superior”.
4 anos depois, a bordo de Prometheus eles são acompanhados por mais 15 tripulantes, entre cientistas e tripulação, quando estão prestes a aterrar num planeta remoto que julga-se ser objecto principal das pinturas encontradas.
A exploração inicia-se rapidamente mas nada os poderia preparar para o que se irá suceder!
Para além do suspense, dos efeitos especiais e de cenas de cortar à faca (ou a laser, melhor dizendo!), o recomeço deste novo franchise é pontuando por uma ou outra questão religiosa/existencialista que dá um outro corpo a um filme que não se limita à vulgar ficção-científica. Há algumas questões respondidas mas há, igualmente, muitas outras que são sabiamente levantadas e nesse campo David (Fassbender) é como que um “assassino silencioso”.
Ridley Scott tem algo a dizer, aos seus fãs e seguidores mas também àqueles que, pela primeira vez, contactam com o seu trabalho e com o seu universo (extra-terrestre).
Definitivamente um dos melhores filmes deste Verão que pelo caminho arrasa, por completo, aquelas brincadeiras para crianças que são os Paranormal Activity‘s e outros do género.
Querem terror e suspense com pés e cabeça, então deixem-se de aspirantes e entreguem-se ao mestre. Garanto que não se vão arrepender!
O único e maior senão é mesmo a necessidade (ou obrigação?) em deixar (mais que) abertas as portas para as possíveis inevitáveis sequelas a esta prequela. As actuais regras de Hollywood assim o ditam, por muito que isso desagrade a fãs e realizadores…
Resta deixar-nos levar pelo espírito descobridor(?) e esperar pelo(s) próximo(s) capítulo(s)!
Concordo em quase tudo, excepto no que se refere a Noomi Rapace… acho que ela é um dos grandes pontos fortes do filme. De resto, confere!
Já se sabia que não seria um "Alien" em todo o seu esplendor. Mesmo assim, conseguiu surpreender pela positiva.
Pela forma como consegue agarrar os fãs de Aliens e, simultâneamente, os restantes.
Achei o argumento bastante bom. Consegue responder a algumas respostas e, ao mesmo tempo, abrir outras.
Tecnicamente é um bom filme. Tanto a nível de som como imagem.
Noomi Rapace e Michael Fassbender, cinco estrelas.