“O Legado Bourne (The Bourne Legacy)” de Tony Gilroy
Apesar dos romances baseadas na personagem criada por Robert Ludlum continuarem (literariamente) a explorar a personagem personificada por Matt Damon, os produtores da saga escolheram outro rumo, ainda que mantendo o título do 4º tomo.
Com isto Jeremy Renner tomou as rédeas do franchise e o argumentista dos 3 capítulos anteriores, Tony Gilroy, assumiu a cadeira de realizador.
No entanto, se o actor cumpre a sua função com competência – mesmo que sem grande brilhantismo – o homem por detrás das câmaras denota uma forte inconsistência, dedicando demasiado tempo a explicar o enredo e pouco a explorar a vertente mais física que tanto louvor rendeu aos capítulos anteriores.
Para ajudar a compor a história e a garantir a ligação entre as duas personagens, este Legacy conta com o regresso das personagens encarnadas por Joan Allen, David Strathairn ou Albert Finney, para além de inúmeras referências à acção desenvolvida em Ultimatum.
De qualquer forma acabam por ser Rachel Weisz e Edward Norton os dois grandes protagonistas deste spin-off (parece adequada esta denominação). Sem qualquer expectativa – que condiciona o desempenho de Renner – nem, tão pouco, um passado como acontece com os restantes secundários, os 2 actores revelam-se adições de elevada qualidade para este franchise… e talvez resida neles o verdadeiro motivo para aguardarmos por mais episódios!
Afinal Bourne seria apenas a ponta do iceberg! Vários outros operacionais operavam sob o controlo do programa Treadstone e quando começa a derrocada deste organismo duvidoso – por culpa de Bourne – Aaron Cross (Renner) é um dos danos colaterais a eliminar.
A necessidade (química) irá levar Aaron até à Dr. Marta Shearing (Weisz), um dos responsáveis biológicos pelo programa, acabando os dois juntos por juntar esforços de forma agarantir a sua… sobrevivência.
Até quando conseguirão eles combater uma organização tão poderosa e imoral?
Típico de uma obra realizada por um argumentista, este The Bourne Legacy tem a preocupação suprema em contar (todos os detalhes de) uma história com princípio, meio e fim.
Pena é que essa obsessão acabe por condicionar a fluidez do filme, especialmente tendo bem presente o passado (glorioso) do franchise. NOTA: Não esquecer que Ultimatum ganhou o Oscar de Melhor Montagem e os de Edição e Mistura de Som!
Corresponde, plenamente, em termos de história porém, desilude em termos de cinema de acção!
O próximo passo passará OBRIGATORIAMENTE por juntar Damon e Renner, só assim continuará a fazer sentido a apropriação do nome Bourne!