“Ruby Sparks” de Jonathan Dayton e Valerie Faris
É pena que filmes desta qualidade passem quase despercebidos pelas salas de cinema nacionais!!
O casal de realizadores de Little Miss Sunshine, filme sensação de 2006, volta às luzes da ribalta 6 anos depois, com mais uma obra precisa que combina de forma singular comédia, romance e drama.
Após um primeiro romance que alcançou um sucesso impensável, um demasiado jovem e inexperiente escritor, Calvin Weir-Fields (Paul Dano), atravessa um longo período de infertilidade criativa.
Obcecado por não conseguir voltar a escrever, é com enorme surpresa que Calvin encontra inspiração num sonho recorrente, onde lhe surge invariavelmente a mesma mulher, Ruby Sparks (Zoe Kazan).
Porém, o que começou como um imenso alívio irá transformar-se numa perfeita estupefação quando Ruby ganha (literalmente!) vida!
E nada voltará a ser como dantes…
Seguindo a premissa já apresentada antes em filmes como Stranger than Fiction, este Ruby Sparks tem o dom de nos manter em constante incredulidade perante a autenticidade (mesmo fictícia) dos acontecimentos. De qualquer forma, por muito bizarros que sejam os acontecimentos retratados, estes pretendem funcionar meramente como uma moldura da verdadeira história contada. É que, no fundo, no fundo, o argumento de Zoe Kazan (precisamente neta do grande Elia Kazan) é tão simplesmente uma História de Amor!
A momentos sentimos um imenso desconforto pelo rumo seguido pelos cineastas porém, esta opção permite sim, que olhamos para este Ruby Sparks com a devida desconfiança e exigência.
Fruto desta indefinição mantemo-nos em constante estado de alerta “apenas” para sermos surpreendidos de forma subtil, coerente e harmoniosa.
Paul Dano e Zoe Kazan demonstram uma química invejável – ou não fossem eles um casal na vida real. Os dois concentram toda as atenções, apesar da presença (ainda que redutora) de nomes como Annette Bening ou Antonio Banderas que acabam por ficar totalmente à margem de uma (a)típica história de boy meets girl!
Está muito mais perto de (500) Days of Summer do que seria previsível… e está tudo dito!
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