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“Dredd” de Pete Travis


A história é a mais elementar possível. Lembra-nos (a todos) Training Day e (para os mais cinéfilos) The Raid, o filme indonésio que se revelou uma “obra de culto” nos EUA. E por muito elogiosas que essas comparações possam ser, soa demasiado a “cópia”.

Ademais as personagens caiem do céu, não têm passado, nem futuro, tornando impossível qualquer avaliação das suas motivações ou comportamentos. Com isto perde-se qualquer expectativa de uma análise psico-sociológica da questão!

Contudo, Pete Travis (responsável pelo competente Vantage Point) sabe precisamente ao que vai!
Depois da meia desilusão que se revelou a anterior adaptação desta personagem da BD inglesa – protagonizada por Stallone em 1995 -, o realizador, de mesma origem de Dredd, apostou todas as fichas na vertente visual do filme, e saiu indiscutivelmente a ganhar!

Nem tanto pelo 3D que desconfia-se cedo foi apenas “colado” em pós-produção, mas pelo super slow-motion – ainda por cima tão bem enquadrado pela intriga – que ajuda a dar uma dimensão extra a um filme extremamente violento (será necessário alertar para esta situação!) mas com momentos de inegável beleza artística.

Ainda que confinados a um cenário apenas, o mega-bloco habitacional designado por Peach Trees, o filme consegue esconder essa situação, direccionando-se, por completo, para os corpos que o ocupam.
No entanto, mesmo perante este enfoque, Karl Urban acaba por perder algum do protagonismo que poderia ter alcançado, em função da fraca densidade psicológica do filme mas, também, do facto de Dredd nunca tirar o capacete!

Reconhecido como um juiz implacável, Dredd personaliza, como ninguém, o espírito assertivo a que a sua profissão obriga. É, assim, com alguma renitência que ele irá acompanhar o primeiro dia no activo de Anderson (Olivia Thirlby), uma jovem “juíza” com poderes psíquicos mas com evidentes lacunas do trabalho de terreno.
Chamados para um incidente num edifício reconhecido como um centro primordial do crime, Dredd e Anderson serão encurralados por Ma-Ma (Lena Headey), a líder de um grupo sanguinário que oprime toda a população do complexo. Enquanto lutam pelas próprias vidas, os dois juízes irão investigar a origem de uma droga sui generis, conhecida como SLO-MON.

Mas como já referido, pouco queremos saber desta história. Aquilo que realmente o filme tem para oferecer, para além de uma acção competente, é um espectáculo visual deveras inovador, mesmo que a momentos demasiado explícito!

Em suma, um filme para homens, com “agá” grande… e estômago vazio, não vá o reboliço causar algum mal-estar desnecessário!

Site Oficial
Trailer
Trailer “R”

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